Bolsonaro fala em "novo relacionamento" com Moro após receber apoio do ex-juiz
O ex-juiz da Lava-Jato, Sergio Moro (União Brasil) declarou apoio ao atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno da disputa presidencial
13:58 | Out. 04, 2022
Após receber o apoio do senador eleito Sérgio Moro (União Brasil-PR) no segundo turno da eleição para o Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira, 4, que o ex-juiz "mostrou o que é corrupção no Brasil" e que terá, a partir de agora, um "novo relacionamento" com seu ex-ministro da Justiça, que o acusou de interferir na Polícia Federal (PF) ao deixar o cargo em 2020.
"Apaga-se o passado, qualquer divergência que porventura tenha ocorrido. Sérgio Moro foi uma pessoa que, realmente, mostrou o que era corrupção no Brasil, levando dezenas de pessoas a condenações, e deu uma nova dinâmica, muita esperança ao Brasil naquele momento", declarou Bolsonaro, no Palácio do Planalto, em referência à atuação do ex-juiz na Operação Lava Jato.
"Então, o Moro vai continuar, no meu entender, como senador trabalhando também com viés desse lado, assim como Dallagnol que, publicamente, declarou apoio à minha reeleição", emendou o chefe do Executivo, em referência a Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato que se elegeu deputado federal.
No Twitter, Moro declarou apoio a Bolsonaro e criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro", escreveu o ex-juiz.
Lava Jato
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi condenado por Moro a 9 anos e 6 meses de prisão no âmbito da Lava Jato, ficou 580 dias preso após ter a sentença confirmada em segundo instância, mas saiu da cadeia em 2019 após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que a prisão só pode ocorrer após o trânsito em julgado, quando não há mais possibilidade de recurso. Em 2021, a Corte anulou a condenação de Lula e concluiu que Moro agiu com parcialidade na investigação.
"Todos nós evoluímos. Eu mesmo errei no passado em alguns pontos e a gente evolui para o bem do nosso Brasil. Eu não posso impor a minha agenda pessoal. Erramos, pedimos desculpas, não temos compromisso com o erro. Tenho certeza que o Sérgio Moro será um grande senador", disse hoje Bolsonaro.
"Está superado tudo, daqui para a frente é um novo relacionamento. Ele pensa, obviamente, no Brasil. E quer fazer um bom trabalho para seu país e para seu Estado. Passado é passado. Nós temos que, cada vez mais, nos entendermos para melhor servir a nossa pátria", emendou o presidente. "Não tenho desabonador para criticar o Sérgio Moro ou o Dallagnol.