Em Sobral, Ciro pede que eleitor cearense esqueça de Lula, Bolsonaro e dele próprio

Candidato a presidente fez discurso contra nacionalização da campanha ao Governo do Estado

22:41 | Set. 30, 2022

Por: Luciano Cesário
Ciro participou de carreata em Sobral na noite desta sexta-feira, 30, a dois dias das eleições (foto: FCO Fontenelle)

Em seu último ato público de campanha antes do primeiro turno das eleições, o candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) disse na noite desta sexta-feira, 30, em Sobral, que o eleitor cearense deve "esquecer apoios" de presidenciáveis na hora de decidir o voto para governador. 

"Eu vim aqui fazer um apelo a todo cearense de boa vontade: esqueça os apoios, esqueça Lula, esqueça Bolsonaro, esqueça Ciro e pense em quem vai tomar conta do Ceará", disse o pedetista durante coletiva de imprensa antes de participar de carreata ao lado do candidato a governador, Roberto Cláudio (PDT).

Ao defender a não "nacionalização" da eleição estadual, Ciro repete o mesmo discurso de RC, que ao longo da campanha criticou o uso político da imagem do ex-presidente Lula pelo adversário Elmano Freitas (PT) e a tentativa do petista de associar Capitão Wagner (União Brasil) ao presidente Jair Bolsonaro (PL), cenário que traz para o contexto local a polarização da corrida presidencial.   

A fala de Ciro ocorreu poucos minutos após visita de Lula a Fortaleza, no fim da tarde, onde o ex-presidente e candidato ao Planalto participou de caminhada ao lado de Elmano e do ex-governador e candidato a senador, Camilo Santana (PT).  

Durante a coletiva em Sobral, Ciro atacou indiretamente Elmano ao dizer que o Ceará "não pode cair na mão de quem teve a oportunidade de ser secretário e destruiu a educação pública de Fortaleza". O presidenciável ainda disse que "manipulação de dinheiro público" e "corrupção generalizada" são obstáculos à campanha de Roberto Cláudio para o Governo do Estado.

A carreata na cidade natal de Ciro marcou o encerramento da campanha presidencial do pedetista. Por tradição, ele escolhe Sobral para finalizar as atividades desde a primeira disputa ao Planalto, em 1998, repetindo o 'ritual' em 2002, 2018 e agora, em 2022. 

Desa vez, no entanto, Ciro não tinha ao seu lado os irmãos Ivo e Cid Gomes. Ambos se mantém neutros na corrida pelo governo do Estado. Para o Senado, apoiam e fazem campanha para Camilo Santana, a quem Ciro tem direcionado críticas pesadas desde o rompimento da aliança entre PT e PDT.