Veja os casos de violência política durante as eleições 2022

Desde junho, houve registros de homicídios entre eleitores e agressões contra candidatos, sob investigação de crimes com motivação política

Um homem entrou em um bar em Cascavel, no Ceará, esfaqueou e matou um cliente após a vítima se manifestar como eleitor do candidato Lula (PT). No mesmo dia, veio a óbito um apoiador do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) morreu após ter sido esfaqueado por um simpatizante do PT, em Santa Catarina. As investigações apontam que a motivação dos crimes seriam por razões políticas. Poucos dias antes do primeiro turno das eleições, outros casos de homicídios e violências motivados por política se somam no país.

O mais recente teve repercussão nesta segunda-feira, 26, quando foi noticiado a morte do caseiro Antônio Carlos Silva Lima. O homem foi esfaqueado por Edmilson Freire da Silva, que chegou a um bar do município de Cascavel, a 62 quilômetros da capital do Ceará, Fortaleza, e perguntou quem votaria no ex-presidente Lula (PT). Antônio teria respondido que sim, como apurou O POVO com testemunhas, e foi esfaqueado enquanto o suspeito falava "vamos ver quem é eleitor de Lula aqui".

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

A Polícia Civil do Ceará cumpriu mandado de prisão preventiva do suspeito ainda na tarde da segunda-feira, 26. A Polícia confirmou, por meio de nota, que a motivação do crime está relacionada a questões políticas.

No sábado, 24, um apoiador do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) morreu após ter sido esfaqueado por um simpatizante do PT, durante briga em um bar na cidade de Rio do Sul, interior de Santa Catarina. O homem, identificado como Hildor Henker, não resistiu aos ferimentos e faleceu no domingo, 25. O agressor continua foragido. A Polícia Civil de Santa Catarina investiga se o homicídio teve motivação política.

Segundo informações da Polícia Militar e Civil, os homens teriam começado a discutir no bar por conta de "política e desavenças familiares antigas". Após o agressor dar um tapa no rosto de Henker, que vestia uma camiseta em apoio a Bolsonaro, eles entraram em confronto corporal do lado de fora do estabelecimento, onde a vítima foi esfaqueada na perna.

No mesmo fim de semana, o candidato à reeleição em Minas Gerais, o deputado federal Paulo Guedes (PT), afirmou ter sido vítima de um ataque armado. Segundo ele, um homem disparou três tiros contra o carro de som em que ele e apoiadores estavam durante carreata. O autor dos disparos, de acordo com o deputado, seria um policial militar, que estava à paisana e era apoiador de Bolsonaro.


O domingo, 25, também ficou marcado com a confusão iniciada na Avenida Paulista após integrantes do MBL se infiltrarem em ato do Psol. Durante a discussão um jovem de 15 anos que tentava gravar o candidato a deputado federal Guilherme Boulos foi agredido pela militância.

A Polícia Militar foi acionada e tentou levar o candidato. A situação foi contornada após a chegada de dois advogados que acompanham Boulos.Guilherme Boulos utilizou as redes sociais para se defender das acusações de agressão.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) tinha sido ameaçado com arma em São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana da capital paulista, no início de setembro. Durante panfletagem, um homem teria gritado "aqui é Bolsonaro¨, em referência ao atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). Em seguida, disse estar armado, e colocou a mão no cabo da arma, que estava guardada na cintura.

Escalada de violência

Um dos primeiros casos de violência política ocorreu em julho. O agente penitenciário e bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho invadiu uma festa e matou a tiros o aniversariante, o guarda municipal e petista Marcelo Arruda, na noite de sábado, em Foz do Iguaçu (PR). O evento celebrava os 50 anos do guarda, em uma comemoração temática do PT, com bandeiras e cores do partido e foto do ex-presidente Lula.

Testemunhas informaram, conforme apuração do jornal O Tempo, que Rocha Guaranho invadiu o local de carro gritando “Bolsonaro” e “mito”, se referindo ao atual presidente. Para a RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, o secretário de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, Marcos Antônio Jahnke, lamentou a morte do servidor e afirmou que o crime tinha características de intolerância política. 

No 7 de setembro, Benedito Cardoso dos Santos, 42, foi assassinado por Rafael Silva de Oliveira, 24, com mais de 70 golpes de faca e machado, segundo o laudo necroscópico da Polícia Científica, repassado pelo delegado Victor Oliveira ao portal G1. Os dois trabalhavam juntos no corte de lenha em uma propriedade rural de Confresa, a 1.160 km de Cuiabá.

O autor defendia o candidato à reeleição Jair Bolsonaro, enquanto a vítima apoiava o ex-presidente Lula (PT). O Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso (PT-MT) publicou nota em repúdio ao assassinato e responsabilizou o Bolsonaro (PL) de incitar o ódio entre seus apoiadores. “ Não podemos aceitar que essas eleições sejam pautadas pela violência. O atual presidente disseminou o ódio entre seus apoiadores”, escreveu.

Alguns dias depois, em 10 de setembro, a assessoria do candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, informou que o ex-ministro sofreu uma tentativa de agressão durante ato de campanha na feira Acampamento Farroupilha, em Porto Alegre (RS).

O autor da ação seria Lisandro Vargas Vila Nova, apoiador do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a nota, o homem teria chegado a agredir membros da equipe cirista. “Policiais federais que cuidam da segurança do pedetista retiraram o agressor do local "para que nada mais grave pudesse acontecer", disse a assessoria.

Na quarta-feira, 21, uma janela com bandeira do PT pendurada foi atingida por tiros durante a madrugada no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. Os tiros foram disparados contra janela no sexto andar do prédio residencial.

Em depoimento, a vítima, um homem de 41 anos, relatou que estava no apartamento quando foi surpreendido por um tiro que atravessou o vidro da sua varanda. A janela com a bandeira vermelha com a estrela do PT recebeu dois tiros, ouvidos pelos moradores do prédio por volta de 3h30min. Outros três apartamentos abaixo dele foram atingidos.

Disque denúncia

Nove partidos - PT, PV, PCdoB, PSOL, Rede, PSB, Avante, Agir e Pros- pediram ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, a criação de um disque denúncia de violência política. Segundo o senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, o canal tem o objetivo de garantir a segurança dos eleitores nesta reta final antes do pleito.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

eleições 2022 lula jair bolsonaro ciro gomes violencia política ceará assassinato bar

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar