Apoiador de Bolsonaro é morto por petista em briga de bar em SC
A Polícia Civil de Santa Catarina investiga se o homicídio teve motivação política
21:38 | Set. 26, 2022
Um apoiador do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) morreu após ter sido esfaqueado por um simpatizante do PT, durante briga em um bar na cidade de Rio do Sul, interior do Estado. O homem, identificado como Hildor Henker, não resistiu aos ferimentos — Henker foi ferido no sábado, 24, e faleceu no domingo, 25. O agressor continua foragido. A Polícia Civil de Santa Catarina investiga se o homicídio teve motivação política.
Segundo informações da Polícia Militar e Civil, os homens teriam começado a discutir no bar por conta de "política e desavenças familiares antigas". Após o agressor dar um tapa no rosto de Henker, que vestia uma camiseta em apoio a Bolsonaro, eles entraram em confronto corporal do lado de fora do estabelecimento, onde a vítima foi esfaqueada na perna.
Henker teria cruzado o bar ensanguentado e caído por outra saída do local. O ferimento atingiu a artéria femoral e ele foi conduzido em estado grave para o hospital, onde passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. Ainda segundo a PM, o suspeito, de 58 anos, teria ido até sua casa, avisado a esposa do ocorrido e fugido logo em seguida.
Segundo o delegado da Polícia Civil responsável pelo caso, Juliano Tumitan, nenhuma motivação está descartada até o momento. "A gente está apurando todas as hipóteses. Desde a motivação política, até uma situação de briga por conta de uma discussão familiar", afirmou ao Estadão. Segundo ele, somente depois de ouvir todas as testemunhas, analisar as imagens das câmeras de segurança e as informações do laudo pericial, é que se poderá chegar a uma possível conclusão.
O delegado confirma, porém, que os dois homens tinham divergências partidárias. "A vítima realmente era partidária do Bolsonaro e o autor era simpático ao PT", disse Tumitan. Além disso, no perfil de Hildor Henker nas redes sociais, é possível encontrar publicações em apoio ao presidente.
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Ceará
Em Cascavel, no Ceará, um homem que se dizia eleitor do ex-presidente Lula foi morto a facadas. A Polícia Civil do Ceará prendeu preventivamente Edmilson Freire da Silva, de 59 anos. "Com base nas informações colhidas no local do crime, a motivação do crime estaria relacionada a discussão política. No dia, a vítima chegou a ser socorrida, mas morreu durante atendimento médico", disse a Polícia Civil, em nota.
O crime aconteceu no sábado, 24, em um bar de Cascavel. Testemunhas relataram que uma discussão teve início depois que a vítima declarou voto em Lula. A vítima, o caseiro Antônio Carlos Silva de Lima, de 39 anos, chegou a ser socorrida, mas morreu durante atendimento médico.
CNJ
No mês passado, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizou Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais a criarem juízos criminais específicos para processar e julgar crimes de violência político-partidária, que devem ter tramitação prioritária.
O CNJ coloca na categoria os crimes motivados por "questões de fundo político, eleitoral ou partidário", "intolerância ideológica" e "inconformismo direcionado a valores e instituições do estado democrático de direito, especialmente os relacionados ao processo eleitoral, à posse dos eleitos, à liberdade de expressão e à legitimidade das eleições".
A medida foi justificada pela "escalada da intolerância ideológica e de atos violentos com motivação político-partidária".
CASOS RECENTES DE MORTE EM RAZÃO DA POLÍTICA:
9 de julho. O tesoureiro do PT Marcelo Arruda foi morto a tiros pelo um agente penal federal bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, na festa de aniversário do petista.
7 de setembro. Em Confresa (MT), Rafael Silva de Oliveira, bolsonarista, matou e ainda tentou decapitar Benedito Cardoso dos Santos, eleitor de Lula.
24 de setembro. Edmilson Freira da Silva, apoiador de Bolsonaro, foi preso preventivamente depois de matar o eleitor de Lula Antônio Carlos Silva de Lima, em Cascavel (CE). No mesmo dia, o bolsonarista Hildor Henker foi morto por um petista Rio do Sul. O nome do autor não foi divulgado e ele está foragido.