Propaganda de RC associa Elmano ao MST, mesma estratégia de Capitão Wagner
Vídeo veiculado pela campanha do candidato pedetista na TV também relaciona integrantes da organização a supostos crimes
A coligação do candidato a governador Roberto Cláudio (PDT) divulgou uma inserção eleitoral na TV em que acusa o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de invasão ilegal de propriedades privadas e associa a organização ao candidato do PT, Elmano Freitas. A estratégia é a mesma utilizada pela campanha de Capitão Wagner (UB), cuja coligação tem veiculado peça relacionando membros do movimento a crimes como assassinato e formação de quadrilha.
No vídeo divulgado por RC, Elmano é descrito como "um candidato que defende o MST, que invade terras". A propaganda também critica a atuação do petista na Secretaria de Educação de Fortaleza, durante a gestão da ex-prefeita Luizianne Lins (PT). "Já foi o secretário de educação de Fortaleza com os piores indicadores", narra a peça.
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A inserção também ataca Capitão Wagner, chamado de "líder de motim" e apontado como "alguém que defende a liberação de armas para cidadãos comuns". A ofensiva simultânea revela tática da campanha pedetista de nivelar por baixo os dois candidatos adversários.
Ao fim da propaganda, Roberto Cláudio é apresentado como uma espécie de tábua de salvação. "Ainda bem que essa história não dois lados. [...] Roberto Cláudio, o único com experiência e competência para cuidar do Ceará".
Integrantes do MST Ceará reagiram à propaganda por meio das redes sociais. O advogado João Alfredo (Psol), integrante do movimento e candidato a deputado federal, classificou a peça de campanha pedetista como um "ataque sórdido e terrorista" e associou Roberto Cláudio à extrema-direita.
"Tratar o MST como uma organização terrorista é papel da extrema-direita, dos ruralistas fanáticos e bolsonaristas. As pessoas que têm consciência democrática no País respeitam o MST pelo seu papel civilizatório", declarou.
O candidato a deputado estadual Manoel Missias Bezerra (PT), também militante do MST, se referiu a RC como "aliado fiel" de Bolsonaro e rebateu as críticas do pedetista citando ações sociais desenvolvidas pela organização.
"Doamos toneladas de comida para as famílias cearenses durante a pandemia, enquanto você e Bolsonaro, de quem é aliado fiel, cruzaram os braços pro sofrimento do nosso povo. Respeite a história do Elmano, respeite a história do MST", disse ele, por meio do Twitter.
Sobre o assunto, RC justificou a estratégia de campanha alegando a necessidade de "ajudar o eleitor a refletir" sobre os candidatos e que as "crenças" de cada um deles precisam ser conhecidas. Ele também negou que esteja desrespeitando adversários. “A experiência, a capacidade de fazer, os valores e as crenças elas precisam ser muito bem conhecidas do povo para que o povo possa fazer um juízo de valor verdadeiro”, pontuou. “O eleitor pode colocar o Ceará sob risco de retrocesso, de dar passos pra trás”, ressaltou
No último domingo, 18, após a divulgação da inserção eleitoral da campanha de Wagner, Elmano foi às redes sociais acusar os adversários de espalharem "fake news" e se defender dos ataques. “Sou ficha limpa e, como advogado, sempre defendi as leis e a proteção das pessoas. Por isso, fique atento às mentiras que os outros candidatos espalham por aí”, disse o petista.
Além das propagandas divulgadas pelas campanhas de Wagner e RC na TV, também circulam vídeos nos grupos de aplicativos de mensagens vinculando o petista a supostos crimes cometidos por membros do MST.
Em uma das peças, cuja autoria é desconhecida, Elmano é xingado com palavrão e integrantes do movimento são descritos como criminosos violentos. Há, inclusive, imagens de pessoas empunhando foices e machados durante manifestações.