Na ONU, Bolsonaro diz que "não poupou esforços para salvar vidas" na pandemia

Presidente discursou na abertura da 77ª edição da Assembleia Geral da ONU

16:44 | Set. 20, 2022

Por: Israel Gomes
Jair Bolsonaro durante discurso na Assembleia Geral da ONU. (foto: Reprodução/Youtube ONU)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou na manhã desta terça-feira, 20, na abertura da 77ª edição da Assembleia Geral Organização das Nações Unidas (ONU). Durante sua apresentação, ao comentar sobre a agenda do País na área da Saúde, o chefe do Executivo exaltou as medidas adotadas por sua gestão durante a pandemia da Covid-19.

“A autoridade de um governo que, durante a pandemia da Covid-19, não poupou esforços para salvar vidas e preservar empregos. Como tantos outros países, concentramos nossa atenção, desde a primeira a hora, para garantir um auxílio financeiro emergencial aos mais necessitados. O nosso objetivo foi proteger a renda das famílias para que eles conseguissem enfrentar as dificuldades econômicas decorrentes da pandemia”, disse o político na tribuna.

O Brasil está entre os países que mais registraram mortes pela doença. Dados atualizados pelo Ministério da Saúde apontam que cerca de 685 mil brasileiros morreram em decorrência de complicações causadas pelo coronavírus. O número coloca a nação como a 2ª com mais óbitos, atrás apenas dos Estados Unidos, que tem 1,05 milhão.

Ainda na ONU, o presidente enalteceu a política de vacinação contra a doença que ocorreu no País. “Lançamos um amplo programa de imunização, inclusive com produção doméstica de vacina. Somos uma nação com 210 milhões de habitantes e já temos mais de 80% vacinados contra a covid-19”, ressaltou.

Apesar de discursar em prol do imunizante, o presidente deu, durante a pandemia, diversas declarações contrárias a vacinação e outras medidas sanitárias de combate ao coronavírus como o isolamento social e o uso de máscaras. O presidente defendeu a utilização de tratamentos sem comprovação científica de eficácia contra a doença. Inclusive, o político afirma que ainda não tomou nenhuma dose da vacina.

 

 

Em dezembro de 2020, o chefe do Executivo criticou a vacinação obrigatória e a exigência de apresentar o comprovante vacinal. “Por mim, a vacina é opcional. Eu poderia, como eu posso hoje em dia, partir para uma vacinação obrigatória, mas jamais faria isso”, disse. “A gente pergunta: por que o passaporte vacinal? Essa coleira que querem botar no povo brasileiro. Cadê nossa liberdade? Prefiro morrer do que perder minha liberdade”, acrescentou.

Sem provas, Bolsonaro ainda indicou que as pessoas que tomassem o imunizante poderiam ter reações adversas. “Se você virar um jacaré, problema de você. Se você virar super-homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou algum homem começar a falar fino, eles não vão ter nada a ver com isso. O que é pior: mexer no sistema imunológico das pessoas”, afirmou.

Em março do ano passado, Bolsonaro atacou aqueles que o pressionavam pela aceleração do processo de vacinação do País. “Tem idiota que a gente vê nas redes sociais, na imprensa, [dizendo] ‘vai comprar vacina’. Só se for na casa da tua mãe. Não tem [vacina] para vender no mundo”, declarou.

Assista o discurso completo de Bolsonaro na ONU