Bolsonaro é chamado de "vergonha brasileira" em projeção no prédio da ONU

O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi criticado em uma projeção feita no prédio da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Com as palavras "Brazilian shame", que traduzidas podem ser entendidas como “vergonha brasileira”, o político foi alvo de protesto horas antes de realizar seu discurso na abertura da 77ª edição da Assembleia Geral da entidade, que ocorreu na manhã desta terça-feira, 20.

A imagem, exibida no edifício que tem 39 andares e 155 metros de altura, traz ainda palavras como "desgraça" e "mentira" em quatro das línguas oficiais da entidade: inglês, francês, espanhol, mandarim, além do português.

Uma projeção feita no prédio da Organização das Nações Unidas chamou Jair Bolsonaro (PL) de "Brazilian shame", que traduzido quer dizer “vergonha brasileira”. A ação ocorreu pouco antes do discurso do presidente na Assembleia Geral da ONU.

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— Jogo Político (@jogopolitico) September 20, 2022

Conforme a Folha de S. Paulo, a intervenção foi realizada pela US Network for Democracy in Brazil (Rede nos Estados Unidos pela Democracia no Brasil). O grupo, segundo a reportagem, reúne acadêmicos de cerca de 50 universidades estadunidenses, organizações da sociedade civil, ativistas, além de movimentos como a Coalizão Negra por Direitos e a Associação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), entre outras.

"Somos opositores ferrenhos desse governo brasileiro por todas as atrocidades que ele representa. (...) Nossa ação comunica ao mundo que Bolsonaro está apoiado em um sistema de fake news para avançar seu projeto pessoal de poder e de enriquecimento, não um projeto nacional de desenvolvimento do Brasil”, disse Mariana Adams, organizadora nacional do US Network for Democracy in Brazil, à Folha. Ela acrescentou que as agendas internacionais do chefe do Executivo "desmantelaram, de maneira sistemática, a imagem do Brasil no exterior''.

As imagens com críticas ao político foram idealizadas pelo grupo, que combinou as palavras e imagens, seguindo com a contratação de um projeto capaz de reproduzir a produção no edifício, em uma distância de cerca de um quilômetro. "No momento em que o Brasil está sendo discutido de maneira tão fervorosa no cenário internacional, queremos que a comunidade internacional e os brasileiros que vivem fora do país não sejam enganados pelas tentativas de legitimação que Bolsonaro faz de seu projeto, que não é de país”, disse ao jornal paulista.

Mais cedo, Bolsonaro discursou na ONU em tom eleitoral, atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de apresentar atividades que foram desenvolvidas durante sua gestão.