Bolsonaro discursará na ONU nesta terça, com possível repercussão eleitoral

Na perspectiva nacional, retomada da economia brasileira deve ser mote de fala presidencial em reunião de líderes mundiais em que o conflito no Leste Europeu e a emergência climática devem ser principais temas

O presidente Jair Bolsonaro (PL) vai discursar na Abertura da 77ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira, 20, em Nova York. Ele deve falar sobre a retomada da economia brasileira de modo a tentar animar investidores estrangeiros. A expectativa é sobre o quão eleitoral deve ser a fala de Bolsonaro, até mesmo se temas como a integridade do voto brasileiro (que é auditável, diferentemente do que ele diz) ou o comunismo, ideologia que tenta associar ao adversário e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estarão na pauta.

Pela tradição, o Brasil é o primeiro a discursar. O contexto é de conflito no Leste Europeu, precisamente entre Rússia e Ucrânia. A diplomacia brasileira sob Bolsonaro tem procurado se mostrar neutra no tema, como reza a tradição do Itamaraty. As exportações russas de fertilizantes e combustíveis são estratégicas para o País.

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A emergência climática e a crise da Covid-19, cujas mortes pelo mundo superam a casa dos seis milhões, são outros temas que devem estar inseridos nas discussões de líderes mundiais.

Em 2021, Bolsononaro afirmou que o governo recuperou a confiabilidade do Brasil no cenário internacional. Frisou que não existia corrupção sob sua administração e afirmou que o País estava em vias de se tornar uma nação socialista, não fosse sua vitória em 2018.

Conforme a Folha de S. Paulo, Bolsonaro deve ter reuniões bilaterais com o presidente polonês, o ultraconservador Andrzej Duda, e o presidente equatoriano, Guillermo Lasso.

Bolsonaro deve assinar dois acordos com a Polônia, um sobre troca e proteção mútua de informações classificadas e para a eliminação da dupla tributação em relação aos tributos sobre a renda e a prevenção da evasão e da elisão fiscais.

Panorama internacional

Tema no qual Bolsonaro tem evitado tomar lado, a guerra da Rússia na Ucrânia deve dominar a reunião anual de líderes governamentais nas Nações Unidas (ONU) em Nova York, embora países em desenvolvimento insistam que questões de saúde, suprimento global de alimentos e mudanças climáticas não sejam esquecidas, disseram autoridades.

Os eventos desta semana da Assembleia-geral da ONU serão mais parecidos com as reuniões tradicionais. Nos últimos dois anos, a pandemia de coronavírus provocou uma participação limitada ou principalmente online. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve falar na quarta-feira depois de participar do funeral da rainha Elizabeth II.

Contudo, nem o Conselho de Segurança nem outros órgão da ONU devem fazer quaisquer movimentos substantivos contra a Rússia. A Rússia mantém seu assento permanente e poder de veto no Conselho de Segurança, assim como a China, aliada de Moscou.

Dezenas de países, alguns dos quais dependem da Rússia para fornecimento de alimentos e energia, não aderiram à campanha de sanções do Ocidente e se abstiveram ou votaram "não" quando a Assembleia Geral aprovou resoluções este ano para condenar o ataque à Ucrânia. (Com Agência Estado)

 

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