TRE-CE abre investigação sobre "equívoco" que resultou em operação da PF na SOP, órgão do Governo do Ceará
Polícia realizou busca e apreensão de documentos que já havia recebidoO Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) informou nesta quinta-feira, 15, que resolveu o "equívoco" e abriu um procedimento administrativo para investigar “eventuais responsabilidades” que resultaram em uma operação da Polícia Federal (PF) na Superintendência de Obras Públicas (SOP) do Governo do Ceará, em Fortaleza.
A ação foi realizada na última terça-feira, 13. Os agentes de segurança, após solicitação do órgão, cumpriram mandados de busca e apreensão na sede da SOP, para recolher cópias de documentos relativos à execução de convênios pela gestão da governadora Izolda Cela (sem partido). No entanto, mais tarde, o TRE-CE reconheceu, segundo o Governo, que já havia recebido os registros que motivaram a diligência policial.
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A operação teria relação com a denúncia de suposto uso de convênios em benefício da candidatura de Elmano Freitas (PT), que disputa o Palácio da Abolição nas eleições de 2022. Uma ação movida pela coligação "Do povo, pelo povo e para o povo", encabeçada pelo ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT), denuncia “recorrente abuso de poder político e econômico” por parte dos adversários.
Na ação, eles apresentam uma série de denúncias de “benesses” que estariam sendo ofertadas a prefeitos que apoiam a campanha do petista como “serviços, programas e obras, contratados e executados diretamente pelo Estado”.
Após a operação da PF no início da semana, o Governo do Ceará emitiu nota sobre o ocorrido. "Isso teria sido a motivação para descabida diligência realizada junto à SOP, que buscou acessar os mesmos documentos já entregues 12 dias antes, utilizando desproporcionalmente contingente da Polícia Federal para fins de guarda", diz trecho do comunicado. O informe seguiu dizendo que a “Procuradoria-Geral do Estado está avaliando as medidas cabíveis para que esse grave erro seja reparado".
Em contato com a assessoria do TRE-CE, O POVO questionou se integrantes do órgão foram afastados para a investigação, mas foi informado que o Tribunal não vai “detalhar o procedimento interno”.
Veja a nota do TRE-CE
“O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por sua Presidência, vem informar que o equívoco verificado no recebimento de documentos referentes à AlJE nº. 0601363-30.2022.6.06.0000 já foi solucionado, e que determinou a abertura de procedimento administrativo tendente à apuração de eventuais responsabilidades”.
A reação de Izolda, Elmano e Camilo
A denúncias e as matérias sobre a operação em torno dos convênios com as prefeituras foram utilizadas nas inserções da propaganda eleitoral gratuita de rádio e televisão da campanha de Roberto Cláudio. “Lamento que se use de medidas ardilosas e mentiras com objetivos eleitoreiros. Isso é muito feio! Moralmente feio. Competência para governar exige, antes de tudo, a capacidade de se firmar em princípios. Não se deve vender a alma pelo poder. Medidas judiciais serão tomadas imediatamente”, disse Izolda em publicação nas redes sociais.
Elmano Freitas, adversário do pedestista na disputa, lamentou o que classificou como ataques “covardes”. "O desespero por ter despencado nas pesquisas, tem feito sua campanha entrar no jogo sujo. São ataques e fakes news, para tentar impedir o meu avanço. É a mesma tática usada por Bolsonaro. Um vale tudo pelo poder. O povo do Ceará não quer e não aceita esse jeito sujo de fazer política”, acrescentou.
Camilo Santana, por sua vez, diz que a situação é “triste e lamentável”. “Peço que Roberto reflita sobre esse caminho que resolveu trilhar, não só de agredir a mim e ao Elmano, que somos adversários nessa eleição, mas principalmente agredir a governadora Izolda Cela, que nem candidata é. Uma mulher séria, que revolucionou a educação do Ceará e que tem governado nosso estado com honestidade e competência”.
O petista disse que RC “pode até continuar” atacando a ele, a quem “dizia ser o melhor governador do Brasil até bem pouco tempo”, mas que parasse de “agredir” a chefe do Executivo estadual.