Tebet diz que seria natural Izolda concorrer à reeleição, mas evita se aprofundar

Candidata do MDB cumpre agenda de campanha no Ceará nesta quinta-feira, 15, ao lado do senador Tasso Jereissati (PSDB). Ela evitou, porém, deter-se sobre o caso específico de Izolda, que afirmou ter acompanhado de fora

12:58 | Set. 15, 2022

Por: Luciano Cesário
Simone Tebet, candidata à presidência, caminha com Tasso Jereissati nas ruas do Centro de Fortaleza. (foto: FÁBIO LIMA/O POVO)

Em sua primeira visita ao Ceará como candidata à Presidência da República, nesta quinta-feira, 15, a senadora Simone Tebet (MDB) afirmou que seria natural a governadora Izolda Cela (sem partido) concorrer à reeleição para o Palácio da Abolição. A emedebista, no entanto, evitou se aprofundar sobre o caso específico da gestora cearense, pois acompanhou de fora.

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“Seria leviano de minha parte eu falar especificamente de um caso [...] teve repercussão nacional, eu acompanhei, mas acompanhei de fora”, afirmou a emedebista em entrevista exclusiva ao O POVO. A conversa ocorreu no hotel onde Tebet se hospedou, no bairro Meireles, em Fortaleza, minutos antes de Tebet participar de uma caminhada com apoiadores ao lado do senador Tasso Jereissati (PSDB), no Centro da cidade .

Escolhida pelo MDB como a primeira candidata do partido ao posto máximo da República, Tebet defende maior participação feminina na política. Sobre os desdobramentos ocorridos na pré-campanha cearense, a senadora entende que Izolda teria direito de disputar as eleições pelo fato dela estar no exercício do cargo de governadora.

“[Estar governadora daria a ela] como daria a todos os candidatos que estão no cargo [direito de concorrer à reeleição]. É normalmente tradição, ter direito dentro do seu partido, pelo menos no MDB costuma ser assim, disputar a reeleição”, pontuou. Tebet reiterou, contudo, que seria injusto emitir um comentário mais aprofundado sobre o caso sem a compreensão do processo interno de escolha da candidatura pelo PDT.

“Repito, eu não sei internamente o que aconteceu dentro do partido. Então, assim, não quero… eu procuro ser justa, não gosto de ser leviana nem injusta, e muito menos fazer da sua pergunta algum palanque eleitoral”, complementou.

Ao comentar o caso da governadora cearense, Tebet enfatizou que “a violência política contra a mulher no Brasil é uma realidade que não é de agora”. Ela aponta que o problema é estimulado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que, de acordo com Tebet, trata a questão como “mimimi”.

“Isso [violência política de gênero] aconteceu constantemente na CPI da Covid, vocês viram a situação, foram três momentos, de três ministros do atual presidente”, lembrou. “Estar candidata à presidência da República, que é já uma vitória, significa também nos insurgir contra isso [violência política contra mulheres]”, acrescentou.

Tebet ainda disse que, caso eleita, haverá paridade de gênero na composição do seu ministério. “Nós somos a maioria absoluta da população brasileira, mas somos muito subrepresentadas. A média mundial [de participação de mulheres na política] é 30%, nós temos 15%”, justificou.

Após encerrar a agenda na Capital cearense, Tebet embarca para São Luís (MA), onde participa de atos de campanha no fim da tarde e começo da noite de hoje. Antes de visitar o Ceará, ela já havia passado pela Bahia, Paraíba e Pernambuco.