No Senado, Kamila quer fortalecer debate contra descriminalização do aborto
Candidato ao Senado assinou termo pró-vida nesta quarta-feira
Candidata ao Senado na coligação de Capitão Wagner (UB), Kamila Cardoso (Avante) pretende adotar a luta contra a descriminalização do aborto como uma de suas principais bandeiras caso seja eleita. Durante a manhã desta quarta-feira, 14, a advogada participou de um encontro em que políticos cearenses assinaram um termo “pró-vida”, um estímulo para que candidatos que disputam as eleições de 2022 se comprometam com a defesa da vida “desde a concepção”.
“Não é uma novidade estar aqui, é mais do que minha obrigação. O compromisso firmado não é só da candidata, mas da Kamila cidadã. (....) Eu sou uma defensora mesmo, militante nessa área. Estou muito orgulhosa de estar aqui hoje, só firmando um compromisso que já é meu”, disse em entrevista ao O POVO.
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O encontro ocorreu por volta das 11 horas, no prédio do Instituto Primeira Infância (Iprede). Participaram do evento nomes como o vereador de Fortaleza Jorge Pinheiro (PSDB), que disputa vaga na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), Mayra Pinheiro (PL), além de outros candidatos a deputado estadual e federal. Wagner, que concorre ao Governo Ceará, assinou o termo, mas não compareceu à reunião. Ele cumpria agenda de campanha no momento da solenidade.
Para Kamila Cardoso, além de defender políticas “pró-vida”, é necessário implementar programas e projetos sociais para dar acolhimento as mulheres nessas situações, principalmente aquelas que vivem em situação de vulnerabilidade social.
“Quando a pessoa recebe uma gravidez dessa (indesejada), existe um acolhimento psicológico, financeiro e de capacitação para levar (a gravidez adiante), porque na maioria das vezes são pessoas em situação de vulnerabilidade. Então, quando a gente permite que aquela mulher tenha uma condição de ter aquele filho, que ela tenha um acompanhamento psicológico, porque na maioria das vezes a gente sabe que mulheres que cometem aborto também sofrem psicologicamente depois”, ressalta a candidata.
A advogada afirma que não é favorável ao aborto em nenhuma ocasião, mesmo naquelas em que há excludente de ilicitude, como nos casos de violência sexual, risco de vida a gestante e anencefalia fetal. Entretanto, a política ressalta que respeita a legislação. “Eu entendo que a gente deve priorizar e saber que existe uma lei que permite esse tipo de aborto, mas a Kamila ‘pessoa’ seria contra tudo. Realmente existem situações que existe a violência, mas é uma violência muito maior contra aquela mulher e contra aquela criança fazer um aborto”, acrescenta.
A candidata conta que, durante a gestação do seu filho Kaio Cardoso, foi proposto que ela realizasse o interrompimento da gravidez. “Disse que de forma alguma. Eu teria meu filho independente das condições que ele viesse”, acrescenta. Em 2010, Kamila descobriu que ele sofria de anemia aplástica, doença que destrói células-tronco dos glóbulos brancos e vermelhos, além das plaquetas, por conta de um defeito no sistema imunológico.
Na época, ela promoveu uma intensa campanha para que ele obtivesse transplante de medula óssea. Desde então, ela tem defendido, principalmente, a acessibilidade e inclusão para pessoas com deficiência.
Pesquisas eleitorais
Na oportunidade, a candidata do Avante celebrou o avanço nas pesquisas de intenção de voto para o Senado. No mais recente levantamento do Ipespe, contratado pelo O POVO, a concorrente aparece em segundo lugar, com 10% da preferência do eleitorado.
Kamila cresceu seis pontos percentuais em relação à rodada anterior, quando registrou 4%. Ela está atrás do ex-governador Camilo Santana (PT), que tem 68%. “A única que cresceu, a única que não tem dinheiro de fundo eleitoral, a única que realmente está colocando o nome à disposição por uma proposta e uma bandeira, não por uma questão política. Então eu estou muito feliz, otimista, acredito inclusive que os números são maiores”, disse.