Confrontos sobre padrinhos políticos marcam debate do O POVO entre Wagner, RC e Elmano

Elmano tentou associar Capitão Wagner ao presidente Jair Bolsonaro, enquanto Roberto Cláudio ligou o petista à ex-prefeita Luizianne Lins

19:44 | Set. 12, 2022

Por: Giselly Correa Barata
Candidatos ao Governo do Ceará em debate do O POVO (foto: FCO FONTENELE)

Entre os temas em destaque no debate promovido pelo O POVO entre candidatos ao Governo do Ceará, críticas sobre apadrinhamento político marcaram os confrontos entre Capitão Wagner (UB), Elmano Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT).

O embate começou quando Elmano tentou atrelar o presidente Jair Bolsonaro (PL) a Wagner, alegando que “graças ao seu presidente da República, o nosso povo empobreceu, a inflação voltou, o dinheiro não dá pra chegar até o fim do mês e o nosso povo sofre muito”.

Wagner rebateu afirmando que, em sua campanha, não cabem a radicalização e o ódio, prometendo ainda dialogar com qualquer presidente que seja eleito. 

Ele destacou ainda que os padrinhos políticos utilizados na disputa eleitoral "vão embora" após as eleições. "Se o governador for fraco, quem vai sofrer é você que vai ser vítima de um governo que não coloca em prática suas ideias”, disse, em crítica indireta a Elmano.

E completou: “Eu queria dizer pra vocês que eu me garanto, o que eu estou prometendo aqui eu não preciso de nenhum padrinho político para garantir que será colocado em prática”, emendou.

O assunto também pautou os embates entre Roberto Cláudio e Elmano. Desde o rompimento de PT e PDT no Ceará, os dois trocam farpas publicamente. No debate desta segunda-feira, não foi diferente. 

A troca de ataques teve início quando RC acusou Elmano de “esconder” a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), da campanha eleitoral. O petista retrucou e acusou o adversário de fazer o mesmo com o presidenciável Ciro Gomes (PDT).

Elmano disse ainda que o RC tem obsessão pela petista, e disparou: "Você viaja pelo Ceará inteiro e não vê problema na saúde de Fortaleza, não?”, ressaltou, em referência à gestão de José Sarto (PDT).

“Você elegeu um prefeito (...) Fortaleza está mal administrada, você é padrinho e apadrinhado do Sarto”, acusou Elmano, que mais uma vez enfatizou o apoio de Roberto Cláudio a Camilo Santana. “Eu lamento a sua ingratidão”, disse.

Em resposta, RC negou ser apadrinhado do prefeito de Fortaleza, José Sarto, e afirmou ser amigo e ter orgulho do correligionário. “A verdade é que agora o Elmano se liga ao Camilo e ao Lula por um certo oportunismo eleitoral, mas o povo não esquece que você foi o mesmo gestor da ex-prefeita Luizianne Lins”, disse Roberto.

Em seguida, destacou o apoio de Eunício Oliveira (MDB) a Elmano que supostamente teria doado R$ 500 mil para a campanha eleitoral do petista.

Na resposta, Elmano disse ter orgulho de “andar ao lado de Lula” e lembrou da disputa interno do PDT para decidir quem seria o candidato da sigla ao Palácio da Abolição. "Oportunismo eleitoral foi o seu, de derrotar uma mulher séria, a governadora Izolda, que tinha direito à reeleição", finalizou.

Assista ao debate na íntegra:

Considerações finais de cada candidato

Elmano de Freitas (PT)

O candidato petista relembrou o apoio de Eunício Oliveira (MDB) a Roberto Cláudio na eleição para prefeito de Fortaleza. Prometeu escolas em tempo integral, tablets aos alunos, valorização dos professores e avanços nos setores de saúde e segurança. “Eu quero ser o governador da coerência, que vai fazer o Ceará avançar cada vez mais”, finalizou, enfatizando a parceria com os correligionários candidatos a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e a senador, Camilo Santana.

Capitão Wagner

“Sem ódio no coração e sem radicalismo a gente quer construir o governo do sim”, iniciou o capitão. O candidato do União Brasil defendeu sua candidatura como “mudança real” e afirmou ter sido "o único candidato a andar nos 184 municípios". 

Roberto Cláudio

Candidato do PDT, Roberto Cláudio também defendeu a renovação, segundo ele, de práticas, ideias e pessoas. Na ocasião, sem citar nomes, falou sobre quem estaria tentando “coagir e pressionar prefeito”, comparando a suposta prática ao coronelismo. Prometeu geração de empregos, hospitais de tratamento de câncer, programa Mais Médicos e avanços na educação.