RC diz ser "cortina de fumaça" transformar denúncias contra governo Izolda em "polêmica pessoal"

Para ex-prefeito de Fortaleza, repasses com motivação político-eleitoral, se confirmados, remontam a práticas que o "Ceará já venceu"

Candidato ao Governo do Ceará, Roberto Cláudio (PDT) considerou ser "cortina de fumaça" a tentativa de, segundo ele, tornar "polêmica pessoal" a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) que proíbe repasses voluntários da administração estadual a prefeituras. 

A decisão liminar neste sentido foi do desembargador Raimundo Nonato Silva Santos, corregedor regional eleitoral, e atende a ação movida pelo PDT contra a governadora Izolda Cela (sem partido), o ex-governador Camilo Santana (PT) e o candidato a governador Elmano Freitas (PT), alegando abuso de poder econômico. Os demais membros da chapa majoritária do PT, como a vice de Elmano e as duas suplentes de Camilo, Jade Romero (MDB), Augusta Brito (PT) e Janaína Farias (PT), respectivamente, também são citadas na ação pedetista.

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"Não é uma interpretação minha, não é um juízo de valor meu e está cabendo à própria Justiça, aos órgãos de controle e à imprensa examinar a gravidade e o teor delas. Uma decisão em que se indica no sentido de uma suspeita de uso de convênios milionários, com recursos milionários, convênios irregulares entre governo e feito após o registro de candidaturas de aditivos desses convênios e de cancelamentos baseado em quem apoia e em quem não apoia o candidato do governo", afirma Roberto Cláudio.

Nonato não se debruçou sobre o mérito do processo, ou seja, sobre se houve ou não práticas abusivas por parte do governo Izolda. Apenas determinou a proibição de repasses voluntários até o segundo turno, com exceção daqueles direcionados a obras que estão em andamento. A maioria das obras, diz a ação do PDT, são de pavimentação asfáltica.

Conforme o candidato trabalhista, presente na Associação dos Delegados de Polícia Civil (Adepol) para conversa com policiais civis na manhã desta quinta-feira, 8, o que foi trazido à tona pela coligação liderada pelo PDT é uma prática que, se confirmada pela Justiça "é perniciosa à democracia, danosa e que remonta velhas práticas de tempos que o Ceará já venceu."

Nessa quarta-feira, 7, Izolda Cela emitiu nota em que atribui a Roberto "declarações absurdas" a respeito do seu governo. "Cabe-me o dever de afirmar que não são verdadeiras. E são também covardes e irresponsáveis, na medida em que desvirtuam os fatos e expõem a imagem do nosso Estado e de quem trabalha sério para seu desenvolvimento. Lamento muito tudo isso", escreveu. 

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