PT denuncia Eduardo Bolsonaro por estimular pessoas a se armarem no 7 de setembro
A publicação foi apagada do perfil no Twitter do filho do presidente
09:29 | Set. 07, 2022
O Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou representação criminal ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por publicação, em redes sociais, convocando aqueles que possuem armas de fogo e/ou sejam proprietários de estandes de tiros para participar da campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), no dia 7 de setembro.
“Você comprou arma legal? Tem clube de tiro ou frequenta algum? Então você tem que se transformar num voluntário de Bolsonaro. Peça ao seu candidato a deputado federal adesivos e santinhos do Presidente, distribua", diz o tweet publicado pelo deputado. A publicação foi apagada do perfil no Twitter.
O deputado federal Reginaldo Lopes (PT) entrou com a denúncia e publicou em seu Twitter sobre o caso. “Entrei com denúncia no STF contra Eduardo Bolsonaro, que convocou apoiadores armados a se transformarem em uma espécie de exército voluntário de Jair Bolsonaro”.
Entrei com denúncia no STF contra Eduardo Bolsonaro, que convocou seus apoiadores armados a se transformarem em uma espécie de exército voluntário de Jair Bolsonaro. A irresponsabilidade do filho do presidente atenta contra a democracia e não pode passar impune.
— Reginaldo Lopes 1312 (@ReginaldoLopes) September 6, 2022Para o partido, a declaração de Eduardo Bolsonaro nas redes sociais “representa uma grave convocação a verdadeiras milícias armadas privadas para que engrossem as fileiras daqueles que se comprometem com um projeto autoritário e antidemocrático de não reconhecimento das autoridades públicas e da lisura do processo eleitoral, o que é vedado pela Constituição da República e pela Lei de Defesa do Estado Democrático”.
Os advogados representantes do partido, Ângelo Ferraro e Cristiano Zanin Martins, argumentam que a mensagem em questão, de Eduardo Bolsonaro (PL/SP), incentiva, "de forma direta ou subliminar", a população a se armar "notadamente no contexto em torno do 7 de setembro", "para no dia da Independência e nos dias subsequentes, promover a defesa armada do Presidente e de seu projeto de poder autoritário e destrutivo de Nação".
“O PT pede a instauração de procedimento de investigação contra o deputado Eduardo Bolsonaro e a adoção de ‘medidas necessárias para se evitar a arregimentação de pessoas armadas que tenham como intuito desafiar o poder posto, as instituições e o processo eleitoral em curso’”, escreveu a legenda.
A denúncia será inserida dentro do inquérito que apura a atuação de uma organização criminosa que teria como um de seus fins, desestabilizar instituições republicanas. O deputado petista, Reginaldo Lopes, pede a adoção de “medidas necessárias para se evitar a arregimentação de pessoas armadas que tenham como intuito desafiar o poder posto, as instituições e o processo eleitoral em curso”.
O inquérito tem como alvo uma série de pessoas públicas que, por meio das redes sociais, se organizam para atacar as instituições democráticas. Um dos alvos, por exemplo, é Allan dos Santos, o blogueiro bolsonarista condenado, em agosto, pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul a um ano e sete meses de prisão, em regime inicial aberto, por calúnia contra a cineasta Estela Renner.
Outros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) também são alvo das investigações, como o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB). Procurado, Eduardo Bolsonaro ainda não se manifestou.