O que esperar da pesquisa Ipec hoje? Analistas apontam sinais para 2º turno
Especialistas avaliam que o crescimento de candidatos menores pode levar a eleição para o segundo turno, mesmo que seus índices de intenção de voto continuem pequenos na comparação com os dois principais nomes da disputa
16:44 | Set. 05, 2022
Atualizada às 22 horas
Cientistas políticos avaliam que as próximas pesquisas para presidente não devem indicar mudanças significativas no cenário eleitoral, que mantém o desenho da polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), apesar de oscilações da distância entre ambos. Neste momento, o que vale é observar o que as sondagens sugerem sobre a necessidade ou não de um segundo turno, afirmam os especialistas. Uma nova rodada da pesquisa Ipec foi divulgada na noite desta segunda-feira, 5. Lula lidera com 44%, seguido de Bolsonaro, com 31%.
Marco Antônio Carvalho Teixeira, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), afirma que oscilações para cima ou para baixo do índice de intenções de voto de Lula e Bolsonaro são esperadas, mas não devem ser expressivas. É a movimentação dos outros candidatos que, segundo ele, darão pistas sobre os rumos da eleição.
"A confirmação da tendência de subida de Simone Tebet (MDB), que, ao que tudo indica, em algumas rodadas pode deixar Ciro Gomes (PDT) para trás, é uma das principais novidades que as pesquisas devem trazer nas próximas semanas", diz.
Especialistas avaliam que o crescimento de candidatos menores pode levar a eleição para o segundo turno, mesmo que seus índices de intenção de voto continuem pequenos na comparação com os dois principais nomes da disputa. A perspectiva é que Ciro e Simone avancem sobre o eleitorado que está insatisfeito com a polarização, tomando para si uma fatia dos votos que seriam decisivos para a vitória do petista na primeira rodada. "As pesquisas vão confirmando a forte tendência de segundo turno entre Lula e Bolsonaro", avalia Teixeira.
O cientista afirma, ainda, que vale ficar atento para alguns grupos estratégicos, como os evangélicos, e observar se Bolsonaro continua avançando ou se estagnou entre eles, bem como se Lula consegue reverter seu desempenho neste segmento.