Domingos Filho diz que Governo está "oprimindo prefeitos" por apoio a Elmano
Candidato a vice acusa governo Izolda de cancelar convênio com municípios administrados por prefeitos que apoiam Roberto Cláudio
20:31 | Ago. 29, 2022
Domingos Filho (PSD), candidato a vice na chapa de Roberto Cláudio (PDT), para o Governo do Ceará, acusou a atual gestão estadual de estar “desavergonhadamente”, pressionando prefeitos para conseguir apoios para a candidatura de Elmano Freitas (PT). Segundo Domingos, o governo também está ameaçando deixar de pagar obras que estão em andamento se não aderir a campanha do petista.
“Nós estamos vivendo no Ceará, infelizmente, um momento que remonta ao momento mais sombrio da época dos coronéis. Em que o Governo do Estado está, desavergonhadamente, oprimindo prefeitos, ameaçando prefeitos, sob pena de revogar convênios que já estejam em curso”, disse ao Jogo Político, nesta segunda-feira, 29, abrindo série de entrevistas com os candidatos a vice no Ceará. “E, ainda mais, deixando de pagar obras que estão em andamento se não apresentar e aderir a campanha do PT”, emendou.
Procurado pelo O POVO, O Governo enviou a seguinte nota: "O Governo do Estado lamenta que o candidato use o importante espaço do veículo de comunicação para espalhar Fake News".
ASSISTA À ENTREVISTA COM DOMINGOS FILHO NO JOGO POLÍTICO
Domingos minimiza, porém, os apoios dos prefeitos, afirmando que podem não ser decisivos para a disputa. Segundo o candidato a vice de RC, “as lideranças locais têm uma influência importante, mas relativa nas eleições majoritárias”.
“A eleição majoritária é cada vez mais livre, não é eleição que o amuleto, o padrinho, a madrinha chegue e vai dizer você tem que votar nesse candidato aqui porque eu quero. O eleitor é quem tem que pressentir em quem ele acredita, qual o histórico, a biografia de cada candidato e cada candidata”, diz.
Durante a entrevista, Domingos Filho também falou acerca do orçamento secreto, do qual seu filho, o deputado federal Domingos Neto (PSD-CE), destinou um valor de R$ 140 milhões para a cidade de Tauá, administrada por sua mãe, Patricia Aguiar (PSD). “Ele foi muito modesto. Eu se fosse ele colocava 500 milhões”, disse sobre o filho para em seguida justificar.
“O deputado Domingos Neto foi relator de um orçamento de 20 bilhões de reais. Você colocar 146 milhões para fazer vinte e tantas novas escolas, para estruturar a questão de saúde, estruturar a infraestrutura, na região mais pobre do sertão do Ceará. Ele ajudou como um todo. Ele botou R$ 65 milhões na saúde de Fortaleza, não é mencionado. Como é que o orçamento é secreto se todo mundo sabe onde ele foi?”, rebateu.
Outro ponto abordado na conversa com Domingos Filho foi a sua postura em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem poupou críticas.
“Há um fortalecimento federativo muito grande, se você pega em tudo isso, a não ser em causas que ele mesmo excessivamente erra, mas qual foi o estado, o município que não recebeu vacinas, que não recebeu recursos abundantes em combate a pandemia, tudo isso de forma federativa muito diferente do governo do PT que tinha que está 100% ou é aliado ou não passa, como está acontecendo aqui no estado do Ceará. Fez muito isso de natureza federativa, evidentemente, posso discordar muito do estilo, da forma, sobre a gestão de alguns ou várias áreas eu acho que não é do pior não”, considerou.
Domingos Filho também comentou sobre a ausência de Cid Gomes (PDT) da campanha no Ceará e de o senador não ter demonstrado apoio nem a Roberto Cláudio nem a Elmano Freitas. “Eu não falei com Cid. Ao meu sentir é decepção e estratégia”.
Domingos diz acreditar numa volta de Cid ao jogo num eventual segundo turno, para unir novamente. “Isso vai fazer com que naturalmente a gente tenha que reagir e vai fazer com que muito mais se fique para um segundo turno muitas fraturas expostas. Então, precisa de um bom bombeiro, um bom mediador, talvez seja a hora do Cid chegar”.
Sobre divergências com o prefeito de Sobral Ivo Gomes (PDT), em relação a uma postagem na qual acusa Domingos de cometer chantagem a prefeitos no então Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), o candidato afirma que a conduta de Ivo foi em tentativa de atingir a candidatura de RC.
“Evidentemente que ele na mesma postagem disse que estava sendo processado por isso. Eu mantive o processo para ele dizer, porque era uma mentira muito grande. Na verdade, esse sim queria a candidatura da Izolda e a partir do instante que isso não teve começou fazendo assim para tentar atingir o Roberto Cláudio, tanto que no mesmo dia passou a atingir o próprio Roberto diretamente na linha que não foi ouvido, mas faz parte”.