Bolsonaro ataca jornalista, Soraya e Tebet reagem e presidente recua e acena às mulheres
Direitos das mulheres esteve em evidência entre os assuntos mais discutidos no primeiro debate presidencial na noite deste domingo, 28A discussão sobre os direitos das mulheres ganhou destaque no primeiro debate presidencial das eleições 2022, promovido na noite deste domingo, 28, pela TV Bandeirantes em parceria com o Jornal Folha de S.Paulo, o portal de notícias Uol e a TV Cultura.
O assunto veio à tona após o presidente Jair Bolsonaro (PL) fazer ataques pessoais à jornalista Vera Magalhães. Ele ficou irritado com um questionamento da profissional sobre as baixas taxas de vacinação contra a Covid-19 ao candidato Ciro Gomes (PDT).
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"Vera, você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro", disse o presidente. As duas candidatas presentes no debate, Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (UB), saíram em defesa da jornalista. Em resposta, Bolsonaro criticou a atuação de Tebet na CPI da pandemia.
A candidata retrucou: "Eu quero dizer que não tenho medo. Eu não tenho medo das fake news e dos robôs do seu governo. Quero dizer para o presidente, eu não tenho medo nem de você nem dos seus ministros. Recebi violência política na CPI, um ministro seu tentou me intimidar porque denunciei um esquema de corrupção da vacina que vossa excelência não quis comprar”, afirmou a emedebista.
Em apoio a Tebet e Vera, Soraya Thronicke criticou a truculência de homens contra contra mulheres no ambiente político. ""Quando homens são tchutchuca com outros homens, mas vêm para cima da gente sendo tigrão, eu fico incomodada", declarou Soraya. "Lá no meu Estado tem mulher que vira onça e eu sou uma delas".
Enquanto o assunto ganhava as discussões no debate, a repercussão era bastante negativa para o presidente nas redes sociais. Na volta do intervalo, tentando diminuir os possíveis prejuízos eleitorais entre o público feminino, Bolsonaro escolheu Ciro para fazer uma pergunta sobre o tema.
"A defesa da mulher é uma obrigação nossa", disse ele no início da indagação, questionando o pedetista na sequência sobre os seus projetos nessa área. Em resposta, Ciro criticou os ataques do presidente a Vera Magalhães e completou: "Aparentemente o senhor não percebe, não dar valor ou não respeita com a devida delicadeza que todos nós devemos, essa grave questão feminina".
Para se defender, Bolsonaro usou como argumento a aprovação de benefícios sociais. "Uma coisa muito importante na questão das mulheres não deixa de ser o auxílio brasil. E quando nós criamos o auxílio emergencial, nós procuramos atender primeiro a mulher e no auxílio brasil também. Tanto é verdade que 75% do benefício vai para as mulheres", disse.
A mudança de postura de Bolsonaro reflete a preocupação da campanha do presidente com as intenções de voto dele entre as mulheres, que são consideravelmente menores se comparado aos homens, conforme as pesquisas.
Além dos direitos femininos, corrupção, combate à pobreza, educação e meio ambiente também foram os temas que dominaram os confrontos entre os candidatos no primeiro debate presidencial. Com quase três horas de duração, o programa reuniu Bolsonaro (PL), Lula (PT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (UB) e Luiz Felipe D'Avila, candidatos filiados a partidos com representação no congresso nacional.
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