Após críticas de aliados a Camilo, Ciro diz que facções "não serão enfrentadas localmente"

Pedetista concedeu entrevista ao Jornal Nacional

O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) apontou que os problemas com facções criminosas e milícias devem ser resolvidos em âmbito federal, ou seja, pelo Governo do Brasil, a partir de um conjunto de ferramentas que englobam inteligência e tecnologia para enfrentar a criminalidade. O pedetista participou, nesta terça-feira, 23, de uma série de entrevistas que o Jornal Nacional, da TV Globo, realiza com os concorrentes do Palácio do Planalto nas eleições de 2022.

“A federalização é de algumas figuras penais. Eu tô seguro, pela experiência da tentativa e erro, de que o enfrentamento das facções criminosas – que hoje dominam a periferia de todas as grandes cidades brasileiras – e das milícias – que, a partir do Rio, começam também a se sediar e até evoluir para lavar dinheiro e entrar na política – não serão enfrentadas localmente”, disse o político ao ser questionado sobre o assunto por Renata Vasconcellos.

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Para Ciro, resolver problemas com a criminalidade não é uma tarefa fácil, já que envolve questões com pessoas e trabalhadores como os profissionais da segurança pública. “Policial é um trabalhador, e é um trabalhador cuja família mora na periferia. E se ele não acertar algum pacto de sobrevivência dele e da sua família naquela circunstância dominada pelo terrorismo da facção criminosa, é muito improvável que ele consiga sobreviver. Portanto, é preciso que o combate a essa figura seja feito de fora para dentro – ou seja, com o governo federal. E a partir de uma outra ferramentaria – inteligência, tecnologia e aparato”, ressaltou.

O presidenciável se propõe a “organizar o sistema único de segurança pública”, para estabelecer bases tecnológicas e científicas a fim de padronizar a abordagem policial. "Com algoritmos, grandes policiais estão me ajudando, você pode antecipar manchas de crime e chegar antes. Chego a dizer, sofisticadamente, a hora e o local onde provavelmente acontecerão assaltos e homicídios”, acrescentou o político.

A proposição de Ciro para resolver questões relacionadas a facções criminosas, em âmbito federal, vem em meio a críticas recentes de aliados, que apontaram falhas na política adotada pelo Governo do Ceará no combate à criminalidade. Uma delas foi feita pelo ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), que disputa o Palácio da Abolição nas eleições deste ano.

Hoje rompido com o ex-governador Camilo Santana (PT), que concorre ao Senado pelo Estado, RC disse: “Não é porque é nacional (problema com facções) que a gente deixa ter responsabilidade de enfrentá-lo com ostensividade, com inteligência e com prioridade no nosso território”. As declarações foram dadas durante sabatina do UOL/Folha de S.Paulo. O pedetista destacou ser “inegável que boa parte da população cearense vive assustada pelo poder perigoso, pernicioso, que as facções criminosas ainda exercem em muitas regiões”.

Antes, o pedetista já havia comentado o assunto em participação no programa ‘Ciro Games’. “Quando a gente anda na periferia, como eu estou andando agora, em função da luta, da organização das coisas, ainda hoje eu ouvi 'livra a gente da facção'. Aí eu perguntei qual a facção, o morador sabia quem era, só a polícia não sabe?”, questionou Ciro antes de ser respondido pelo ex-prefeito.

“Temos que entender esse fenômeno, que ele não acontece por acaso. Acontece porque nós acertamos em muitas coisas, mas pecamos em outras. E é preciso que a gente incorpore essa mudança não pela força da crítica odienta, da crítica que ataca, mas pela crítica que é capaz de apresentar uma ideia, uma solução”, respondeu RC na sequência.

“A violência mata jovens no Ceará, maltrata a ansiedade de mães, avós, que aguardam muitas vezes sôfregas a chegada de seu filho, sua filha, em casa”, disse. E acrescentou: “A diferença nossa do Capitão é que nós não vamos apontar o dedo da crítica, da raiva descomprometida e incapaz de propor”.

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