Kamila Cardoso defende dono do Coco Bambu e reclama de ativismo judicial nas eleições

Candidata afirma que, hoje, o Supremo Tribunal Federal (STF) "está totalmente voltado para as eleições presidenciais" e avalia isso como "perigoso"

13:49 | Ago. 24, 2022

Por: Marcelo Teixeira
FORTALEZA CE, BR, 23.08.22 Na foto: Kamila Cardoso, candidata à ao senado nas eleições 2022 (Fco Fontenele/O POVO) (foto: FCO FONTENELE)

A candidata ao Senado Kamila Cardoso (Avante) reclamou da presença de um ativismo judicial por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) nas eleições presidenciais deste ano. A declaração da advogada veio em reação à operação da Polícia Federal realizada nesta terça-feira, 23, contra oito empresários brasileiros, entre eles o cearense Afrânio Barreira Filho, dono do Coco Bambu e apoiador da candidatura de Kamila. Ela não quis comentar sobre o caso em si pois teria que saber “qual o conteúdo dessas mensagens”, em referência a conversas em grupo de WhatsApp em que empresários estariam defendendo um golpe em caso de derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL). 

“Primeiro eu teria que saber qual é o conteúdo dessas mensagens, porque é muito fácil dizer ‘houve uma operação da Polícia Federal’ sem eu nem saber do que é que se trata. Não cheguei a ter conhecimento do que foi, como foi, existe um ativismo judicial muito forte nessa eleição, principalmente a presidencial’, disse, ao conceder entrevista ao Jogo Político nesta terça, 23.

Em relação ao empresário cearense, Kamila afirmou que teria algo a declarar que não “posso esconder”.“Há dez anos, o Afrânio abriu o Coco Bambu para fazer os cadastros de doação de medula óssea pelo meu filho. Então, falar dele, eu coloco uma fala do pessoal, é um homem que eu conheço, íntegro, é um homem que realmente me deu a mão lá atrás. Também não é um homem perfeito, se tiver cometido algo, tem que ser investigado” declarou.

Ela argumenta que, sem ter conhecimento exato do que são essas mensagens e do que se trata essa operação, “vendo esse ativismo judicial do STF em cima das eleições”, prefere dizer que não tem conhecimento desses fatos e que “respeito muito o Afrânio''.

Kamila diz que não enxerga somente no empresariado brasileiro um certo radicalismo no que diz respeito à confiabilidade das urnas e ao resultado das eleições. Segundo ela, existe essa polarização: “tá tudo certo desse lado e tá tudo errado daquele lado”. “Eu não tenho conhecimento, então eu prefiro acreditar que realmente o Afrânio foi um cara que faz parte de um grupo, e como todo grupo de WhatsApp, você tem opiniões divergentes”.

Ela destaca, no entanto, que não concorda com “esse tipo de atitude, dessas falas, desse tipo de postura” contra o sistema eletrônico de votação, mas destaca que não deixa de colaborar e dizer que esse processo poderia ser melhorado. “Ter uma confirmação do voto, mas confio”, diz, sobre confiar nas urnas eletrônicas.

Ao ser questionada sobre o que quis dizer com "ativismo judicial", Kamila afirma que, hoje, o STF “está totalmente voltado para as eleições presidenciais”, e afirma ter medo disso. “Quando você passa a ver o nosso Poder Judiciário interferindo em decisões políticas, em posturas políticas, fazendo aquela atuação política, eu acho isso muito perigoso e temerário”, finaliza.

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