Ciro diz que quer "reconciliar o Brasil" e propõe plebiscito para driblar falta de apoio

Ao longo dos 40 minutos de entrevista, Ciro centrou em atacar as gestões de Bolsonaro e de Lula

Ciro Gomes (PDT), segundo entrevistado na série do Jornal Nacional com os candidatos a presidente da República, disse que o processo eleitoral de 2018 está a se repetir no País. Para ele, é preciso "denunciar" as ações o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL). "A corrupção é praticada por pessoas e o desastre econômico é responsabilidade de pessoas e de grupos. Elas têm que ser responsabilizadas", disse Ciro.

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Ao longo dos 40 minutos de entrevista, Ciro centrou em atacar as gestões de Bolsonaro e de Lula. Para ele, a frustração com o atual chefe do Executivo, fará o País voltar ao "fracasso". 'Minha tarefa é reconciliar o Brasil", disse ele.

Com uma candidatura sem alianças, Ciro afirmou que pretende mudar o modelo de governança do País. Com críticas ao presidencialismo de coalizão, Ciro afirmou que a mudança pode ajudar a avançar projetos. Para o candidato, ele pode "energizar a política brasileira".

O candidato sugeriu que a adoção de um "plebiscito programático" poderia solucionar problemas políticos como a falta de apoio em projetos. Outro tema que pode ajudar a solucionar impasses, segundo o pedetista, seria renegociar dívidas dos governadores para obter apoio político. Ciro também voltou a se comprometer a abrir mão da reeleição, o que avaliou como um ativo para a obtenção de apoio.

Em entrevista ao Jornal Nacional nesta noite, Ciro voltou a justificar a falta de alianças afirmando que representa um "movimento abolicionista em sistema escravista". Segundo o candidato, o governo dele seria de diálogo "sem o toma lá da cá".

Além de atacar a gestão da pandemia de Bolsonaro, o pedetista rebateu as falas do presidente sobre a ausência de corrupção no Brasil. "A corrupção no Brasil está se institucionalizando tal como é o despudor".

Bonner insistiu com Ciro sobre a dificuldade de um presidente eleito sem apoio no Congresso para aprovar medidas no Legislativo e questionou como ele pretende colocar em prática as propostas de campanha.

"O Bivar que é presidente do União Brasil me pediu para deixar a porta aberta até o último dia. No fim, foi honesto. Disse: "Olha, o problema não é o Ciro. São as ideias dele". Eu represento uma espécie de movimento abolicionista em um sistema escravista.

"O primeiro ano de FHC transcorreu em branco. Qual foi a concepção estratégica do Lula? Ambos se prostraram em um modelo econômico que produz desigualdade, informalidade, desemprego e destruição dos serviços públicos", afirmou Ciro.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o primeiro a ser ouvido, no programa da segunda-feira. Na quinta-feira, será a vez do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); a senadora Simone Tebet (MDB-MS) será a última a participar, na sexta-feira.

Ciro está na terceira posição na corrida presidencial. O agregador de pesquisas eleitorais do Estadão aponta Ciro com 7% das intenções de voto.

O pedetista já citou em mais de uma entrevista que essa é a última disputa presidencial que ele pretende concorrer. No Roda Viva, da TV Cultura, no dia 15 de agosto, Ciro defendeu que uma possível eleição do ex-presidente Lula será o "maior estelionato eleitoral do planeta" e disse que o petista, seu ex-aliado, e Bolsonaro são "dois corruptores".

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