"Ficou muito feio pro lado de lá", diz Kamila Cardoso sobre exclusão de Izolda pelo PDT
Candidata diz que Izolda teve seu direito à reeleição negado pelo partido e que seria mais difícil para Capitão Wagner enfrentar a atual governadora do que Roberto CláudioA candidata ao Senado pelo Avante, Kamila Cardoso, da chapa de Capitão Wagner (União Brasil), afirmou ter “certeza absoluta'' de que houve machismo na decisão do PDT de não assegurar a Izolda Cela (sem partido) a possibilidade de disputar a reeleição. Segundo a advogada, “ficou muito feio pro lado de lá”, a primeira mulher governadora ter “esse direito” negado. Kamila participou do Jogo Político nesta terça-feira, 23, dentro da série de entrevistas com os candidatos ao Senado.
“Ficou muito feio pro lado de lá, a gente ter uma governadora, a primeira mulher como governadora, na cadeira, com a caneta, com todo o histórico de que realmente ela coloca o nome dela à disposição e diz ‘eu quero disputar’ e foi tirado dela esse direito”, disse. “Aquilo ali nunca aconteceu e, agora, de repente se busca esse perfil feminino para colocar lá na chapa”, emendou, fazendo referência à candidatura de Érika Amorim ao Senado, após o empresário Amarílio Macêdo (PSDB) ser impedido de concorrer.
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Ela diz ter “certeza absoluta” de que Izolda sofreu violência política de gênero “porque a própria história mostra” que quem se elegeu governador, teve direito à reeleição. “E esse argumento de que foi feita uma pesquisa interna e de que o outro (Roberto Cláudio) tinha uma visibilidade maior, uma competitividade melhor com o Capitão Wagner, eu até discordo. Eu acho que se tivesse a Izolda disputando seria mais difícil para o Capitão Wagner”, declarou.
"Uma mulher pacífica, uma mulher de fibra, uma mulher calma, tranquila, de força, falou Kamila sobre as qualidades de Izolda Cela<br><br>"
Questionada se em 2020, quando foi vice de Wagner na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, ela se sentiu menos protagonista do que é hoje - o candidato ao Governo alega que nas chapas adversárias, por exemplo, as mulheres ocupam papel secundário -, Kamila respondeu que não. “Tanto é que na primeira vez na história a gente teve uma vice que apareceu no programa eleitoral igual com o candidato que estava na Prefeitura”.
Segundo ela, Wagner lhe deu visibilidade: "Eu estava como vice, mas era em pé de igualdade meu trabalho com o dele”. Sobre as eleições de 2022, para ela, houve o real objetivo de ter uma candidatura feminina ao Senado. "Porque aqueles cinco pré-candidatos que estavam do nosso lado eles recuaram e cederam. Não teve 'coloca um, coloca outro, a Kamila agora que entra'. Por isso ele (Wagner) traz isso muito forte do protagonismo, porque realmente, quando foi batido o martelo, foi pelo meu nome”, finalizou.