Candidata do PDT tenta barrar na Justiça candidatura de Jade Romero, vice de Elmano

Coligação petista lamenta o que define como "perseguição política" e "violência de gênero" contra a emedebista

18:09 | Ago. 22, 2022

Por: Israel Gomes
Jade Romero, do MDB, é candidata a vice-governadora na chapa de Elmano Freitas, do PT (foto: Aurelio Alves/O POVO)

A disputa jurídica envolvendo as coligações que disputam o Governo do Ceará nas eleições de 2022 ganhou mais um capítulo. A psicóloga Natália Soares Rios, candidata a deputada federal pelo PDT, ingressou com uma ação para barrar a candidatura de Jade Romero (MDB), que concorre como vice-governadora na chapa de Elmano Freitas (PT).

Na ação, a pedetista alega que a emedebisda não se desincompatibilizou das suas funções públicas no tempo exigido pela Justiça Eleitoral para a disputa. A lei determina que os concorrentes que estejam em cargos comissionados sejam exonerados no prazo mínimo de três meses antes do pleito. Nesse caso, como o primeiro turno de 2022 está marcado para o dia 2 de outubro, o prazo seria até 2 de julho.

“Vislumbra-se que a requerida deixou de se desincompatibilizar em tempo hábil para que viesse a concorrer no pleito que se avizinha. Ao agir dessa forma, deixou de cumprir a legislação eleitoral, atraindo para si a condição de inelegibilidade”, diz parte do processo. “O nome da candidata, ora impugnada, surgiu num contexto emergencial de substituição, razão pela qual o respectivo grêmio partidário não se atentou sobre a vinculação da mesma aos quadros de servidores do Estado”, completa.

O trecho refere-se à fisioterapeuta Renata Almeida (MDB) que, horas depois de ser anunciada como vice do petista, desistiu da disputa justificando ter sido alvo de uma "série de ataques" nas redes sociais. "Lamento muito, mas, para proteger meus filhos e minha família, minha decisão de saída é em caráter definitivo", afirmou na época.

Jade Romero foi assessora especial da Casa Civil do Governo do Ceará. Ela estava de licença-maternidade e, ao voltar, foi exonerada do cargo em 1º de agosto. A licença, inclusive, é usada como argumento pela coligação petista para justificar o cumprimento legal do prazo. Em nota, a coligação de Elmano e Camilo afirma que o registro “sempre esteve dentro da legalidade, cumprindo todos os requisitos da legislação eleitoral”.

O comunicado ainda lamenta o que define como “perseguição política e a violência de gênero contra a única candidata mulher” que concorre nas chapas para o Palácio da Abolição. “Jade ficou por quase seis meses sem atuar na administração, por conta da licença-maternidade iniciada em fevereiro deste ano. Antes mesmo do término da licença, Jade solicitou exoneração do cargo comissionado que ocupava”, acrescenta.