"Wagner é bolsonarista e basta ganhar para máscara cair", diz Zé Batista (PSTU)

Candidato do PSTU a governador reagiu à postura de Capitão Wagner em demonstrar respeito por Lula durante entrevista ao Jogo Político

20:59 | Ago. 17, 2022

Por: Marcelo Teixeira
FORTALEZA CE, BR, 13.08.22 Eleições 2022 - Na foto: Zé Batista, candidato ao governo do estado ao governo do estado (Foto: Fco Fontenele/O POVO) (foto: FCO FONTENELE)

O candidato do PSTU ao Governo do Estado, Zé Batista criticou a postura de Capitão Wagner (União Brasil) ao demonstrar respeito pelo ex-presidente Lula (PT) em recente entrevista ao O POVO. Segundo Batista, Wagner é bolsonarista e bastará conseguir a vitória nas urnas para “a máscara cair”, segundo Batista. Apoiado pelo PL de Jair Bolsonaro, Wagner tem procurado não nacionalizar a disputa no Estado.

“Eu não sei onde que eu vi uma entrevista dele que respeita o Lula, que inclusive gente da laia dele não gostou do discurso que ele fez. Ele é bolsonarista, e basta ganhar a eleição para a máscara cair”, disse em entrevista ao Jogo Político nesta quarta-feira, 17.

Para o candidato do PSTU, Wagner está fazendo “teatro”, escondendo-se atrás de setores das igrejas evangélicas. “E nós achamos que ou mudamos tudo isso que está aí ou vai permanecer do jeito que está. Uma minoria usufruindo da riqueza produzida pela maioria e uma maioria passando fome, desempregado, sem direito a saúde, sem direito a educação, sem direito a um transporte público de qualidade”, afirmou.

ASSISTA À ENTREVISTA COM ZÉ BATISTA NO JOGO POLÍTICO

Segundo Batista, o partido trabalha tanto em nível nacional quanto regional para derrotar o bolsonarismo, que no Ceará está refletido no “embrião de bolsonarista que tem aqui o Capitão Wagner”.

A respeito da dificuldade da esquerda em se unir, tendo até cinco candidaturas no Ceará, enquanto as forças conservadoras estão unificadas em torno de Capitão Wagner, Batista diz que existe “uma grande diferença” entre unidade e enfrentamento popular. “É muito importante a unidade das esquerdas, dos trabalhadores, dos partidos de esquerda, dos movimentos sociais, do movimento sindical, para lutar contra a fome, contra o desemprego, contra a miséria, contra o machismo, a homofobia, o feminicídio que vem matando aí de forma horrorosa no nosso país e no nosso estado”, diz.

No entanto, na visão dele, setores da esquerda cearense optaram por frear as lutas populares para apostar tudo nas eleições de outubro. “Nós achamos que foi um erro, nós achamos que, pelos ataques que o Bolsonaro faz à classe trabalhadora, ao meio ambiente, aos indígenas, a fome que se instalou no país…[...] desgraçadamente a maioria desses setores de esquerda optaram por isso. Levar para a via eleitoral e pela via eleitoral nós já sabemos onde vai dar. Então, nós achamos muito importante a mais ampla unidade possível para lutar”, defendeu.

Sobre o que diferencia a candidatura de seu partido a do PCB, por exemplo, por possuírem planos de governos semelhantes, Zé Batista afirma que as divergências vão até ao âmbito internacional. Ele coloca a guerra entre Rússia e Ucrânia como um dos fatores que separam as candidaturas e impossibilitam uma aliança. “Por exemplo, a guerra da Ucrânia. Os companheiros apoiam a invasão russa sobre a Ucrânia, o PCB apoia. Nós não, nós apoiamos a organização e a reação do povo trabalhador ucraniano. Contra (Vladimir) Putin, mas também contra o governo da própria Ucrânia e dos Estados Unidos. Isso também é um fator muito importante para nós diferenças internacionais”, disse.

Crítica ao PT e Ferreira Gomes

Defensor de uma revolução contra o sistema capitalista, Batista criticou a condução do Ceará por PT e os Ferreira Gomes. “Se separaram agora, então o que mudou? Nós temos milhões que estão sem água encanada no Ceará, nós temos milhões que não têm saneamento básico, nós temos milhões de desempregados. Apesar do recuo que deu em alguns setores. Os empresários de Fortaleza, do Estado do Ceará, continuam ficando cada vez mais ricos”, disse.

Zé Batista disse que, para o PSTU, esses governos não têm diferenças fundamentais entre si. “Do ponto de vista econômico, todos defendem o capitalismo da forma que está hoje, ou seja, a maioria sendo explorada, passando fome, e uma minoria com todos os privilégios. No final das contas, mudam-se apenas as caras e permanece a mesma coisa na vida dos trabalhadores”.

Assista ao programa na íntegra: