Camilo sobre críticas de Ciro Gomes: "Não merece nem ser respondido"
Ex-governador foi questionado sobre declarações do presidenciável relacionadas a um suposto convite de Lula a Camilo para ser ministro, caso saia vencedor das eleições de outubro
11:10 | Ago. 16, 2022
O ex-governador do Ceará e candidato ao Senado Camilo Santana (PT) evitou comentar as declarações do presidenciável Ciro Gomes (PDT) sobre uma suposta oferta de ministério que teria sido feita ao petista pelo ex-presidente Lula como condição para o rompimento da aliança PT/PDT no Ceará. Questionado pelo O POVO acerca da fala do pedetista, Camilo afirmou, durante coletiva de imprensa, que Ciro “não merece ser nem respondido”.
O ex-governador participou, na noite desta segunda-feira, 15, em Fortaleza, de uma reunião com os candidatos e candidatas à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa que fazem parte da coligação de Elmano Freitas (PT) ao Governo.
No evento, Camilo pediu que os aliados não aceitem provocações dos adversários. “Essa não será uma campanha simples, será uma campanha muito disputada. [...] Não vamos aceitar provocações”, disse o petista, sem citar nomes de oponentes.
Em julho, antes mesmo da oficialização do racha entre PT e PDT, Ciro afirmou que Camilo teria decidido pelo fim da aliança após ser convidado por Lula para assumir um Ministério, caso o ex-presidente saia vitorioso da disputa nacional. O tom das críticas aumentou durante a convenção que oficializou a candidatura de Roberto Cláudio ao Governo, no dia 24 do mesmo mês.
"O nosso povo não tem culpa da vaidade e da prepotência de lideranças que, uma vez construídas nessa luta e ao redor desse projeto, agora servem por uma ninharia, por um punhado de nada ou um carguinho de ministro e desertam da humildade e da luta do povo”, disse o presidenciável, sem mencionar diretamente o ex-governador.
Durante a conversa com a imprensa antes de participar do encontro com os correligionários, Camilo sinalizou que pretende evitar embates com os ex-aliados na campanha que começa nesta terça-feira, 16.
“O que nós vamos fazer é mostrar que o nosso governo, o meu e o da Izolda, realizou, ao longo desses mais de sete anos e meio, mostrar onde nós precisamos melhorar, avançar”, respondeu o petista ao ser questionado se haveria espaço para clima de acirramento na disputa.
“Vamos fazer um bom debate, com sinceridade, com franqueza, enfrentando os problemas do dia a dia. Um estado que avançou muito na Saúde, na área econômica, portanto será uma oportunidade de mostrar o quanto o Ceará cresceu, mesmo com crises e com tantas dificuldades”, complementou.
O ex-governador também não quis comentar as recentes críticas de Roberto Cláudio às políticas de Segurança e Saúde do seu governo. RC afirmou que o avanço das facções criminosas e as filas de espera em hospitais públicos são “problemas não resolvidos” pela gestão Camilo.
A campanha eleitoral que começa hoje terá PT e PDT em lados opostos na disputa pelo Governo do Estado pela primeira vez desde 2006. Os dois partidos vão medir forças com o candidato do União Brasil, Capitão Wagner, que por enquanto lidera as pesquisas de intenções de voto.
“Nós temos certamente a eleição mais importante das nossas vidas”, disse o candidato petista durante discurso aos correligionários no evento que participou ao lado do ex-governador.
Repetindo a fala de Camilo, Elmano pediu moderação aos aliados. “Não vamos entrar em nenhuma provocação. Não vamos para a campanha para bater boca com ninguém, para agredir ninguém, nós temos o que mostrar”, enfatizou.