Apesar de opositora, Luizianne diz ter boa relação com Wagner: "Diferente do bolsonarismo clássico"
Em entrevista, a deputada disse que a escolha da candidatura de Elmano de Freitas (PT) ao Governo do Ceará aconteceu após uma "intercessão" e "convergência" entre aliados do PT e o ex-governador Camilo Santana
16:04 | Ago. 13, 2022
A deputada federal e candidata à reeleição, Luizianne Lins (PT), comentou sobre o cenário eleitoral de 2022 durante passagem por Juazeiro do Norte, neste sábado, 13. Poucos antes de seguir para uma série de agendas no Cariri, a parlamentar comentou sobre o rompimento do PT-PDT no Ceará, a candidatura petista ao Governo do Ceará e a relação com o candidato da oposição ao Palácio da Abolição, Capitão Wagner (UB).
Em entrevista, a deputada disse manter uma boa relação com o parlamentar da oposição, mesmo este estando em grupo político adversário. "Eu tenho uma relação pessoal boa com o Wagner. A gente tem que aprender isso na política. A gente tem que ser generoso, até porque eu acredito que as pessoas, elas precisam ter relações cordiais, relações importantes. Eu sou colega de parlamento do Wagner", disse Luizianne, ao site Miséria.
A petista lamentou ser opositora de Wagner e disse que pretende manter uma relação "de respeito" e "admiração" com o candidato, mesmo com as circunstâncias políticas adversas. Ela avaliou que o seu colega da Câmara dos Deputados, que já apareceu em eventos públicos com o presidente Jair Bolsonaro (PL), principal adversário de Lula, caracteriza-se assim por ser "bem diferente do bolsonarismo clássico".
"Então, assim, de uma certa forma eu sempre digo que o Wagner, ele poderia ter escolhido outro caminho, até porque ele é bem diferente do bolsonarismo clássico que está colocado aí, né? (...) Infelizmente nós estamos neste momento assim, de forma oposta na história, porque nós estamos do lado do Lula, e infelizmente Wagner está do lado do Bolsonaro nesta empreitada, mas a relação pessoal continua, uma relação de respeito, de admiração, e acima de tudo de uma relação cuidadosa", afirmou a petista.
Em maio deste ano, a parlamentar contou com uma nota de solidariedade de Wagner após ter recebido críticas de Ciro Gomes (PDT). "Dona Luizianne, já na eleição passada, se omitiu no enfrentamento do Capitão porque está lá entranhada com ele", disse o pedestista. O candidato ao governo cearense avaliou as palavras como "injustas, machistas e preconceituosas".
Candidatura do PT ao Governo do Ceará
Luizianne desembarcou, na manhã deste sábado, em Juazeiro do Norte, onde foi recebida pelo secretário de Cultura do Crato, municipio onde deve acontecer a Parada da Diversidade Sexual, evento que deve contar com a presença da deputada. Ainda em entrevista, a petista comentou sobre a candidatura do deputado Elmano de Freitas ao Palácio da Abolição. Segundo ela, o petista foi escolhido devido a alguns fatores, um deles em função da decisão do PDT de descartar a candidatura da governadora Izolda Cela.
"Em primeiro lugar foi o próprio veto que houve por parte do PDT ao nome da Izolda. A Izolda que era a candidata, que é a governadora e era candidata natural. A gente achou que foi um enorme preconceito, uma coisa que a gente chama de misoginia, que é exatamente a dificuldade de ver as mulheres no poder", avaliou a deputada.
A petista avalia ainda que Elmano, dentro os nomes colocados do partido, "fazia uma intercessão tanto do PT, quanto do próprio governador Camilo Santana". "Também juntava uma série de partidos que agora compõem esse ato de aliança (...) Então acho que foi um ponto de convergência neste momento para a gente fazer uma grande campanha, uma campanha bonita, pra gente reanimar esse Ceará", completou Luizianne.