Wagner promete mudar o foco da CGD: "O bom policial não pode ser tratado como criminoso"
O candidato ao Governo declarou ainda que deve ser feito um pente fino em determinadas ocorrências contra policiais, e que alguns casos devem ser arquivados
17:51 | Ago. 11, 2022
O candidato ao Governo do Estado Capitão Wagner (União Brasil) afirmou que é necessário mudar o foco de atuação da Controladoria Geral de Disciplina (CGD) do Ceará. Segundo ele, o órgão deve fazer um pente fino nas investigações feitas a policiais, porque “o bom policial” não pode ser tratado como criminoso. Durante entrevista ao Jogo Político, nesta quinta-feira, 11, o deputado federal afirmou que em determinadas situações, as investigações contra policiais devem ser arquivadas. Ele foi o primeiro participante da série com os candidatos ao Palácio da Abolição.
“A gente tem que mudar o foco da CGD, a CGD é uma instituição que, na minha opinião, deve investigar, identificar, demitir e encaminhar para a Justiça e prender o policial que tem envolvimento com traficante, o policial que faz a segurança da facção, o policial que extorque o comerciante. Agora, o bom policial não pode ser perseguido por um órgão do estado”, disse.
Para enfatizar sua defesa, o candidato citou um exemplo ocorrido, segundo ele, em Morada Nova. Ele relata que cinco policiais teriam ido realizar uma ocorrência referente a uma assalto, contra cinco bandidos armados. Os criminosos, conta Wagner, foram presos sem que houvesse um disparo feito pelos policiais. No entanto, de acordo com o candidato, durante a audiência de custódia, a juíza teria pedido exame de corpo de delito dos cinco presos. “Encontrou uma lesão de um centímetro no dedo mindinho do pé de um dos indivíduos. O que que aconteceu? Foi encaminhado documento para a Controladoria, para investigar e identificar qual foi o policial que lesionou o pobrezinho do bandido por uma lesão de um centímetro no dedo mindinho do pé. Isso é o tipo de coisa que não pode acontecer”, defendeu.
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“Chegou na Controladoria arquiva, porque é um absurdo. É um absurdo, que lesão é essa? Os policiais agiram conforme a lei. Não teve um disparo, não teve agressão, exame de corpo de delito não deu nada”, emendou. O desfecho da situação, segundo Wagner, foi que o policial acabou afastado das ruas e está respondendo a processo. “Em vez de estar lá trabalhando”.
No tocante à postura da CGD em relação aos motins feitos por policiais em 2020, Capitão avalia que houve excessos no tratamento do órgão com alguns policiais. Segundo ele, um policial que estava com a perna engessada, devido a tiro em ocorrência, foi preso em flagrante. “E esse tipo de excesso não foi exceção, não foi um caso específico, foram muitos policiais que não tinham nada a ver com o movimento que foram punidos daquela forma”. afirmou.
Para ele, o movimento paredista não era pra ter acontecido. “Eu fui contra aquele movimento e o que aflorou tem que avaliar caso a caso, a gente tem que ter responsabilidade, se o policial cometeu crime de fato, quem tava lá instigando qualquer coisa que seja criminosa de fato, e não um movimento reivindicatório. Aí não tem como voltar atrás”, disse.
Confira a entrevista na íntegra: