Elmano diz que adversário central no Ceará é o "Bolsonaro de cá"
Candidatura do PT a governador do Estado será oficializada no sábadoO encontro de tática eleitoral do PT, nesta quarta-feira, 27, aprovou os nomes de Elmano de Freitas como candidato ao Governo do Ceará e de Camilo Santana como candidato ao Senado Federal. Ambas as candidaturas serão oficializadas em convenção eleitoral no sábado, 30, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Centro de Eventos.
Na definição do deputado federal José Guimarães (PT), o encontro do sábado será "à lá convenção americana", os megaeventos característicos da disputa presidencial estadunidense.
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A expectativa é quanto ao anúncio de quem preenche as vagas de postulante a vice-governador ou vice-governadora e a suplência de Camilo, alvo da cobiça do bloco, pois espera-se que o ex-governador se torne ministro em eventual governo Lula, deixando vaga a cadeira, caso venha a ocupá-la.
No encontro de Tática Eleitoral em formato híbrido, online e presencial, Elmano foi o último a falar e afirmou aos pares que o adversário central é o "Bolsonaro de cá", numa referência a Capitão Wagner, candidato de oposição pelo União Brasil, a despeito da escalada de tensões que resultaram na quebra da aliança com o PDT.
Capitão Wagner é apoiado por Bolsonaro, que espera contrapartida. Ciente da rejeição ao presidente no Ceará, Wagner afasta-se e aproxima-se do presidente a depender de cada circunstância. No início do ano, em Jati, qualificou o presidente como "um estadista". Neste mês, em Fortaleza, esteve ao lado do presidente na Marcha para Jesus, mas não registrou o encontro nas redes sociais. Wagner diz querer juntar o maior número de forças políticas ao redor de si, independentemente de
O tom da campanha de Elmano, ele mesmo disse durante a fala, será o de colocar o legado de Camilo e da governadora Izolda Cela (prestes a sair do PDT) nas ruas. Será uma candidatura de continuidade.
Questionado pelo O POVO, disse que antes de buscar o apoio de Izolda há que se respeitar o momento que ela passa. Para ele, ela tinha o direito de ser candidata, o que unificaria os partidos da base agora com o PT, como o MDB e o PP, inclusive o PDT.
"A agressão que ela sofreu de não ser permitido a ela ser candidata e resultado que ela se desfiliasse do PDT, eu acho que agora nós temos que dar um tempo que a governadora tem uma tarefa imensa que é de governar o Estado", avaliou Elmano na entrevista, trajado com uma camisa vermelha com a imagem de Lula sindicalista, em 1980.
A entrevista ao O POVO foi entrecortada pela ligação do contato "Camilo Governador", com ícone da bandeira do Ceará, com quem Elmano disse ter conversado sobre um encontro que terão para que ele possa se inteirar de modo detalhado do que foi feito ao longo de sete anos e três meses em que Camilo administrou o Estado.
Entre os elogios aos "companheiros", destacou-se o que Elmano fez ao deputado federal José Guimarães (PT), a quem chamou de "general" do PT, para dizer que não se trata apenas de um soldado. O articulador político, disse Elmano, era perguntado por Lula como estava a situação política de cada estado brasileiro. Além de vice-presidente nacional, ele é coordenador do grupo tático eleitoral (GTE) do PT
Sobre eventual apoio de Izolda a Elmano, ele respondeu: "Eu veria isso com muita simpatia". "Quem governou esse Ceará só teve da minha parte a maior boa vontade, mesmo nos tempos que eu fui oposição na Assembleia ao Tasso e ao Lúcio Alcântara, mas nunca faltou o diálogo. E nos governos Cid, Camilo e Izolda eu fui um dos maiores construtores desse conjunto de políticas."
O parlamentar disse que tem se surpreendido com a gestão e a coragem política da atual mandatária. Perguntado se se surpreendeu também com a saída dela do PDT, respondeu que não. "Eu confesso que eu já estava nessa expectativa, eu até já sabia", ele disse, "mas nem tudo que a gente sabe pode falar, porque foi muita grosseria o que fizeram com ela, enfim."