Vice-prefeito de Fortaleza nega que tenha sido agressivo com Izolda e mantém teor de nota polêmica

Élcio Batista disse que o documento defendeu a liderança da governadora Izolda Cela (PDT), a aliança governista e a democracia interna do PDT

14:04 | Jul. 22, 2022

Por: Filipe Pereira
FORTALEZA,CE, BRASIL, 26.04.2022: Entrevista com o vice-prefeito de Fortaleza Élcio Batista. (Fotos: Fabio Lima/O POVO). (foto: Photographer: FABIO LIMA)

O vice-prefeito de Fortaleza Élcio Batista (PSB) afirmou que não se arrepende do tom da sua nota divulgada nesta quinta-feira, 21, e que causou críticas de aliados no Ceará. Segundo Élcio, o documento, que cobra da governadora Izolda Cela (PDT) apoio à candidatura do ex-prefeito Roberto Cláudio ao Governo do Ceará e até sugere que ela deixe o PDT, defende apenas o respeito à democracia interna dos partidos e a continuação da unidade da aliança governista. Ele nega que tenha sido agressivo com Izolda. 

"Eu não faria nada de diferente. A carta é muito clara e objetiva, ela defende a liderança da governadora, do ex-governador Camilo, do Cid, do Ciro, do Ivo, defende as posturas que foram tomadas. Eu respeito a democracia interna dos partidos. Ela (a nota) defende a aliança, a unidade, eu não mudaria nada", disse Élcio, em entrevista à Rádio O POVO/CBN. O vice-prefeito afirmou que, apesar de poder "permitir uma leitura polissêmica", a carta apresenta "um texto objetivo, claro e que defende as instâncias partidárias" e a institucionalidade.

O texto foi mal recebido por aliados de Izolda, como o deputado Idilvan Alencar (PDT) e a vereadora por Fortaleza, Larissa Gaspar (PT). Questionado sobre as críticas, Élcio disse que respeita as manifestações, mas que entende que as reações devem-se a interpretações "polissêmicas". "Eu respeito as manifestações dele, mas eu enfatizo, os textos, qualquer texto e qualquer fala ela é polissêmica, os outros vão interpretar a fala a partir da sua história, da trajetória e dos seus posicionamentos", disse Élcio.

"Eu sou um admirador do Idilvan Alencar. Ele é meu amigo, companheiro, tive a grata satisfação de ser companheiro de secretariado com ele, uma pessoa apaixonante e instigante, muito sagaz. É um grande deputado federal e que tem feito um trabalho brilhante na educação. Eu entendo, eu respeito aquilo que ele diz e a Larissa, essa jovem que tem um futuro brilhante pela frente. Eu acho que a Larissa, que está começando a trajetória, é importante que ela defenda uma trajetória na política que seja voltada para a produção de consenso, para o diálogo", continuou o membro do governo Sarto.

Batista também comentou sobre o tom mais agressivo da sua carta, quando afirma que a atual governadora pode seguir outros caminhos, como "desfiliar-se do PDT e filiar-se ao PT ou ao MDB, PP, PV, PC do B para lançar um outro candidato junto com outros partidos" ou até "aliar-se com os partidos de oposição bolsonaristas no Estado". Ao falar sobre o assunto, fez elogios à Izolda.

"Eu só deixei claro que ela tem vários caminhos, mas eu ressaltei que nesse momento a governadora tem um papel super importante que é justamente como governadora e como grande liderança do estado e do PDT criar essa unidade, aproximar as pessoas, reconstruir os laços que nós precisamos ter. Eu exaltei a capacidade de liderança no início do texto e, no final, eu inclusive digo que a governadora Izolda Cela tem condição, ela é a pessoa mais preparada justamente para fortalecer a unidade dentro do PDT e fortalecer a aliança", ressaltou Élcio.

O vice-prefeito disse ainda "defender o diálogo" em torno da atual aliança governista, rachada nos últimos dias e com poucas perspectivas de se reestabelecer. "Eu sou um defensor da unidade dos partidos em torno desse projeto. Eu acho que a gente não pode colocar esse projeto em risco (...) A gente não pode reproduzir no Ceará, inclusive dentro do nosso grupo, o extremismo e a polarização que nosso país tem vivido", disse.

Sobre a votação do diretório estadual do PDT que deu a vitória à RC, o socialista disse que o processo incluiu diferentes escolhas, mas que, ao final ,o que ganhou foi "decisão soberana" orientada por manifestações de pedetistas. "Aquele era o momento que todo mundo estava discutindo qual seria o candidato do PDT, mas uma vez que teve o processo de escolha dentro do PDT, nós e os outros aptos temos que respeitar as instituições partidárias", completou.