Guilherme Sampaio diz que PDT deixou "em segundo plano" aliança com PT e demais partidos

Petistas se movimentam após a escolha do PDT pelo nome de Roberto Cláudio como candidato ao Governo do Estado

18:05 | Jul. 19, 2022

Por: Marcelo Teixeira
Presidente do PT Fortaleza rebateu falas de colegas que criticaram o partido pela expulsão de Ronivaldo (foto: Divulgação/ASM&F)

O presidente do PT Fortaleza, vereador Guilherme Sampaio (PT), afirmou que a reunião do diretório do partido que acontece nesta terça-feira, 19, deve discutir, dentre outras pautas, o lançamento de candidatura própria no estado, após o PDT “deixar em segundo plano” a posição do PT e demais partidos aliados, que defendiam o nome de Izolda Cela para ser candidata à reeleição. Izolda foi derrotada pelo ex-prefeito Roberto Cláudio por 55 votos a 29, em votação no diretório do PDT.

Além de “lamentar” que a governadora, “com todos os predicados”, não tem o direito de apresentar seu nome para reeleição, Guilherme diz que esse não é um interesse apenas de partidos aliados, indo muito além disso. “Isso interessava a todo Ceará e não há um partido A, B ou C, inclusive a setores amplos do próprio PDT”. No entanto, ele prega que cada partido tem a sua autonomia e “não nos cabe interferir”.

No entendimento dele, essa deliberação dos pedetistas em rejeitar o nome de Izolda, primeira governadora mulher da história do Ceará, tem um “simbolismo” e deixou em segundo plano “a capacidade de escuta, a capacidade de diálogo e consequentemente a capacidade de unir um objetivo que é o primordial que o povo está interessado, a continuidade de um governo, de um modelo de governo Camilo-Izolda e a nossa obrigação moral de derrotar o candidato do Bolsonaro que é o Wagner. Derrotar o fascismo que também está rondando o Ceará”,disse.

Ele destaca entender que, a partir de agora, o PT passa a ser mais responsável ainda por essa estratégia. “Nós vamos reunir o diretório agora, dialogar com os partidos que compreendem o cenário político e com esse mesmo pensamento dialogar com outros que não estavam nessa compreensão e construirmos daqui para sábado a nossa tática eleitoral”.

Sobre a possibilidade de o partido disputar o comando do Palácio da Abolição, Guilherme disse que “sem dúvidas” isso se coloca como alternativa, além de discutir com outros partidos que podem compor com esse pensamento. Para ele, o PT fez um gesto “muito forte” ao declarar apoio a uma candidata do PDT “mesmo tendo as melhores condições de apresentar um candidato a governador nestas eleições”, diz.

Por fim, na sua visão, não houve um reconhecimento de que caberia ao ex-governador Camilo Santana (PT) liderar a discussão sobre sua própria sucessão. “Ele conquistou isso ao longo do seu governo e cabe à governadora Izolda se apresentar à reeleição. Houve um clamor no Estado do Ceará, não foi um clamor somente de alguns partidos que defendiam isso, mas um clamor que envolvia setores muito significativos da população, da cultura, 100 prefeitos, dezenas de deputados”, sublinha.