Ciro participa de reunião das bancadas do PDT e ressalta presença massiva de deputados
Deputados federais e estaduais da sigla tentam chegar a um consenso diante da disputa acirrada entre a governador Izolda Cela e o ex-prefeito Roberto Cláudio
13:32 | Jul. 11, 2022
O pré-candidato a presidente Ciro Gomes participa nesta segunda-feira, 11, da reunião das bancada federal e estadual do PDT, que tenta chegar a um consenso quanto à escolha do nome do partido que irá disputar o Palácio da Abolição. O encontro acontece a portas fechadas, sendo permitido à imprensa entrar apenas para registro fotográfico. Na ocasião, Ciro ressaltou a presença massiva de deputado federais e estaduais da sigla. "E dizer que está toda a bancada federal e estadual".
O objetivo do momento é também de apresentar aos parlamentares o trajeto percorrido durante a pré-campanha pedetista até aqui, marcada por um forte racha tanto dentro do PDT como na aliança governista.
Parte da bancada de 13 deputados do PDT na Assembleia Legislativa do Ceará defendeu uma candidatura Izolda em carta aberta divulgada no último sábado, 9. O presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, não assinou o documento por também ser pré-candidato. Ele corre por fora na disputa, com o deputado federal Mauro Filho.
Antonio Granja; Sérgio Aguiar, próximo a Domingos Filho, Queiroz Filho, aliado de Roberto Cláudio; Guilherme Landim, a quem Ciro faz frequentes elogios em eventos públicos, e Marcos Sobreira não assinaram o manifesto.
A compreensão em setores do governismo é de que a dinâmica foi politicamente desgastante à medida em que a governadora Izolda Cela e o ex-prefeito Roberto Cláudio tomaram o centro do processo, com apoiadores de cada lado numa toada de críticas e brigas acaloradas.
"Vamos exatamente apresentar para todos os companheiros das bancadas federal e estadual como foi o processo até agora, né? Na tentativa de unificarmos em torno uma candidatura única", explicou neste domingo ao O POVO André Figueiredo, deputado federal e presidente do PDT no Ceará.
As conversas dentro do PDT e com os demais aliados correm visando o dia 18, quando haverá o encontro trabalhista em que se pretende, finalmente, dizer quem vai à corrida.
Figueiredo trabalha para que se chegue a um consenso quanto ao nome. "Caso não seja possível uma posição consensual, estatutariamente o diretório regional tem o poder de tirar o indicativo de quem será o candidato para que nós possamos levar até a convenção", disse Figueiredo.
"Se vamos conseguir uma posição unificada ou não, é o decorrer dessa próxima semana que vai determinar isso, tá certo? Vamos lutar por isso, mas não sei se conseguiremos", complementa, ciente das dificuldades postas.
Ciro Gomes avalia que a opinião pública, aferida por pesquisa de intenção de voto, teria papel crucial para a escolha. Já Izolda argumenta que sondagens captam tão somente o retrato de um momento a três meses de uma eleição. Ela colocou em primeiro plano a manutenção da aliança, de modo a dizer que agrega mais partidos que Roberto Cláudio, com o PT, o MDB e o PP.
A crise chegou a seu ápice com o desentendimento público entre Ciro e o ex-governador Camilo Santana (PT), na semana passada. O pedetista disse não saber se o petista ainda era um aliado, além de sugerir que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já teria assegurado a ele o comando de algum ministério em caso de eventual terceiro governo.
Foi quando Camilo publicou nota em que defendeu abertamente a possibilidade de que sua ex-vice-governadora possa disputar uma reeleição, para ele uma "questão de justiça". Foi a primeira vez que o petista compartilhou de forma clara sua preferência pela pedetista. Ele tem trabalhado de forma intensa para viabilizar o nome da aliada.
com informações do repórter Filipe Pereira