Parlamentares petistas defendem Camilo após ataques de Ciro Gomes

As divergências ocorrem na esteira da disputa entre Izolda Cela e Roberto Cláudio para serem o nome que concorrerá à sucessão estadual nas eleições de 2022

Parlamentares petistas saíram em defesa do ex-governador do Ceará Camilo Santana (PT) após o ex-ministro e pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) questionar se o ex-gestor petista ainda é aliado do PDT no Estado. Os deputados José Airton (federal) e Acrísio Sena (estadual) e a vereadora de Fortaleza Larissa Gaspar foram alguns dos nomes que se solidarizaram com o correligionário.

As divergências ocorrem na esteira da escolha do nome que concorrerá à sucessão estadual nas eleições de 2022. Segundo Ciro, o projeto político no Estado "está ameaçado". Ele chegou a dizer que Lula está se acertando com o ex-senador Eunício Oliveira (MDB) e "pegou" Camilo após prometer cargo em Ministério, caso eleito.

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"Tá ameaçado o nosso projeto hoje. Hoje tá ameaçado por uma coisa muito ruim, bolsonarista, um capitão (Wagner) que liderou um motim e tal, e porque o Lula é tão irresponsável que tá lá se acertando com o Eunício (Oliveira, ex-senador) não sei o que e tal, e já pegou o governador de lá (Camilo Santana), já prometeu que vai ser ministro, que era nosso aliado, ou é nosso aliado, ainda não sei direito", afirmou Ciro em entrevista ao podcast Avesso nesta semana.

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O deputado federal petista José Airton se solidarizou com Camilo e classificou a fala de Ciro como “ataques injustificáveis”, Segundo o parlamentar, o pedetista “ampliou suas usuais agressões contra Lula e o PT, atingindo o governador mais bem avaliado do Brasil, que sempre se portou de forma digna e honrada com os aliados, especialmente o PDT”.

— José Airton Cirilo (@JoseAirtonPT) July 9, 2022

Já Acrísio Sena chamou de “caluniosos” os ataques de Ciro. “Não há qualquer dúvida sobre a reputação, seriedade e compromisso de Camilo Santana com o povo cearense. Sua história, realizações e aprovação revelam uma liderança séria e democrática, com toda legitimidade para opinar sobre os caminhos da aliança”, escreveu em nota à imprensa.

Após a fala de Ciro, Camilo foi às redes sociais e, sem citar o presidenciável pedetista, defendeu abertamente a candidatura de Izolda à reeleição. Ele afirmou que respaldar o nome da governadora à reeleição trata-se de “questão de justiça”. Embora já tivesse feito sinalizações, essa foi a primeira vez que Camilo deixou explícita a sua preferência.

A vereadora Larissa Gaspar avaliou que Camilo age com “total serenidade e transparência” ao defender que a governadora tente à reeleição. “Izolda tem a preferência de partidos aliados, faz um excelente trabalho e tem números que a colocam no patamar de competir e ganhar as eleições, ainda mais quando apoiada por Lula e Camilo”, complementou.

A disputa interna do PDT se concentra de forma mais intensa entre a governadora Izolda Cela, defendida por Camilo, petistas e outros partidos da base, e o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, preferido de Ciro e de parte dos pedetistas. Nesta semana, os dois pré-candidatos tornaram-se motivo de acirramento entre setores do PDT e de partidos da base.

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A escolha do candidato do PDT deve ocorrer entre os dias 20 de julho e 5 de agosto, data estipulada pela Justiça Eleitoral para realização das convenções partidárias, eventos nos quais as legendas oficializam candidaturas e alianças para o pleito de cada ano.

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