Ciro sobre Camilo: "Era nosso aliado. Ou é nosso aliado. Não sei"

Em entrevista ao podcast Avesso, o pré-candidato a presidente expôs o racha na aliança entre PT e PDT no Ceará, destacando que o atual projeto político no estado está ameaçado. Reclamou de interferência do ex-presidente Lula e chegou a dizer que o petista prometeu um cargo de ministro a Camilo Santana para conseguir atraí-lo.

Em meio à turbulência na aliança entre PT e PDT no Ceará, o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) afirmou que não sabe mais se o ex-governador Camilo Santana (PT) é um aliado. Segundo o pedetista, o atual projeto político no Estado "está ameaçado" tanto pela candidatura do deputado federal Capitão Wagner (UB) como por uma suposta interferência do ex-presidente Lula (PT).

Ciro chegou a dizer que Lula está se acertando com o ex-senador Eunício Oliveira (MDB) e "pegou" Camilo após prometer um cargo em seu ministério, caso eleito.

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"Tá ameaçado o nosso projeto hoje. Hoje tá ameaçado por uma coisa muito ruim, bolsonarista, um capitão (Wagner) que liderou um motim e tal, e porque o Lula é tão irresponsável que tá lá se acertando com o Eunício (Oliveira, ex-senador) não sei o que e tal, e já pegou o governador de lá (Camilo Santana), já prometeu que vai ser ministro, que era nosso aliado, ou é nosso aliado, ainda não sei direito como é que vai desdobrar isso lá", afirmou Ciro em entrevista ao podcast Avesso, transmitido na noite desta quinta-feira.

Na ocasião, o ex-ministro era questionado sobre a continuidade de seu projeto político no Ceará, iniciado em 2006 com a eleição de Cid Gomes (PDT) para o comando do Palácio da Abolição e seguido com as duas gestões de Camilo Santana. Foi então que Ciro expôs o racha hoje existente na base aliada.

Camilo tem preferência pelo nome de sua vice e atual governador Izolda Cela (PDT), enquanto Ciro banca a pré-candidatura do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio. A tensão foi agravada ainda ontem, após cinco partidos aliados - PT, MDB, PP, PV e PCdoB - lançarem manifesto em apoio à reeleição de Izolda, após aval do ex-governador Camilo Santana. Outras duas legendas - PSDB e Republicanos - lançaram notas cobrando participação na escolha da candidatura governista.

O apoio de uma série de partidos é o principal trunfo da atual governadora na disputa interna que trava com RC. "Coloco meu nome para unir", disse a pedetista nesta quinta, em momento-chave para a definição sobre a sucessão estadual. Já o ex-prefeito, por sua vez, teve melhor desempenho em pesquisa encomendada pelo PDT e divulgada há dois dias. Enquanto ele apareceu a quatro pontos de distância do líder Capitão Wagner - 44 a 40 -, Izolda está a 22 pontos do oposicionista: 52 a 30.

A governadora e seu apoiadores, no entanto, argumentam que a pesquisa é apenas um retrato do momento e que não deve ser o principal recurso utilizado para a definição da candidatura.

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