Izolda diz que pesquisa "fornece apenas retrato do momento" e defende ouvir aliados
A governadora minimizou o peso das pesquisas eleitorais, defendidas pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT), defendeu a aliança entre partidos que compõem o bloco governista e destacou que o diálogo se faz mais importante do que apenas sondagens na hora de definir a futura candidatura do PDT
09:10 | Jun. 30, 2022
Em sua mais forte declaração sobre a sucessão estadual, a governadora Izolda Cela (PDT), pré-candidata ao Palácio da Abolição, usou as redes socias, nesta quinta-feira, 30, para defender que, "além de pesquisa, que, segundo ela, "fornece apenas retrato do momento a três meses da eleição", é preciso ouvir os partidos aliados no processo de escolha do candidato.
A manifestação se contrapõe à estratégia do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que nesta terça-feira, 28, anunciou uma pesquisa interna como um dos critério para a escolha do nome do PDT que irá concorrer ao Governo do Estado. A intenção é que a sondagem seja registrada e, assim, poderá ser divulgada e não apenas analisada internamente. O pedetista disse que o objetivo é que o processo seja público e transparente.
Nas redes sociais, Izolda questionou a realização apenas de pesquisas para definir o futuro do bloco e disse que o momento demanda "parceria, união de forças, diálogo permanente e respeito". A governadora pediu para que partidos aliados ao PDT no Ceará, como PT, PSD, MDB, PP, PSB, PCdoB, PV e demais parceiros sejam escutados de "forma a contribuir com o processo".
"Para além de pesquisa, que fornece apenas o retrato do momento, a mais de três meses da eleição, penso que é preciso ter sempre em mente que o amplo diálogo e a união de forças têm sido fundamentais para o Ceará seguir em frente com realizações importantes, com sustentabilidade, corrigindo erros e avançando. Temos feito isso ao longo desses anos", escreveu.
A menos de um mês da realização das convenções partidárias, período estipulado pela legislação eleitoral para que as legendas definam suas candidaturas e aliados, o bloco governista enfrenta desafios para definir o nome a disputar o governo cearense. A polêmica envolve a divisão entre aliados que defendem o nome de Izolda ou do ex-prefeito Roberto Cláucio (PDT) para concorrer ao pleito estadual. Também estão entre os pré-candidatos o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado Evandro Leitão, e o deputado federa, Mauro Filho.
Além disso, a aliança PT-PDT atravessa uma crise após líderes petistas afirmarem que não aceitam o nome de RC para concorrer ao Palácio da Abolição. A preferência entre os petistas é pela governadora. Há ainda reclamações de que o ex-governador Camilo Santana esteja sendo excluído do processo de escolha. Questionado pelo O POVO, o petista refutou a tese.
A relação entre partidos aliados e até entre integrantes do próprio PDT tensionou ainda mais após o último encontro do partido, realizado no dia 15 de junho, em Fortaleza. Na solenidade, o presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, fez uma série de elogios a RC enquanto presidia a mesa do evento. Em um dos momentos, ele chegou a cantar uma canção que dizia “o melhor prefeito do Brasil vai virar governador”. A ação foi mal vista por nomes do PT cearense, uma vez que o partido possui outros três pré-candidatos ao cargo.