Roberto Cláudio diz que Wagner tenta "evitar o óbvio" ao minimizar relação com Bolsonaro

O pré-candidato do bloco governista destacou ainda que pretende, ao contrário do adversário, "se apresentar por inteiro" e "com verdade" caso seja efetivado como nome do PDT na disputa ao Governo do Ceará

O ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, um dos pré-candidatos do PDT ao Governo do Ceará, comentou nesta segunda-feira, 27, a estratégia do líder da oposição, Capitão Wagner (UB), de minimizar o peso da disputa nacional na corrida pelo Palácio da Abolição. Para RC, Wagner, que deve contar com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), tenta "evitar o óbvio". 

"Esse é um claro atalho do pré-candidato para evitar o óbvio. Ele apoiou o Bolsonaro para presidente, é da base parlamentar, apoia o governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, recentemente ele fez um elogio público [erro de áudio], então todas as ações do seu mandato, para além da afinidade, de pensamento de estilo, o aproximam claramente do Bolsonaro", disse RC, em entrevista ao programa Alerta Geral, do canal do Youtube Ceará Agora.

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Já o deputado federal licenciado Capitão Wagner afirma que irá concentrar esforços na campanha estadual. O dirigente do União Brasil no Ceará tenta desvincular sua imagem com a do presidente, mal avaliado no estado. 

O ex-prefeito está em fase pré-campanha partidária e disputa a indicação do partido para as eleições junto a outros três nomes: Izolda Cela (governadora do Ceará), Evandro Leitão (presidente da Assembleia Legislativa) e Mauro Filho (deputado federal). O pedetista avaliou ainda que, ao desconsiderar as questões nacionais, Wagner evitar temas que também são de responsabilidade do governo federal. 

"Será que o candidato acha que ele vai conseguir resolver o dilema do desemprego, da geração de emprego e renda sem que haja uma mudança nas políticas nacionais de economia, na atual gestão da política da taxa juros, na política de preço da Petrobras? Isso é uma falácia, uma tentativa de criar uma cortina de fumaça pra lhe distanciar do óbvio, e é muito importante que a gente ouvisse a população", continuou RC.

O pré-candidato do bloco governista destacou ainda que pretende, ao contrário do adversário, "se apresentar por inteiro" e "com verdade", mesmo correndo risco da população "gostar ou não". RC apoia a pré-candidato do ex-ministro Ciro Gomes ao Palácio do Planalto. Em seguida, Roberto Cláudio voltou a criticar a condução de Bolsonaro à frente da Presidência da República.  

"Ou a gente faz isso ou amanhã a população vai ter decepções e frustrações, como teve, por exemplo, com o atual presidente Bolsonaro, que prometeu acabar a corrupção, que prometeu resolver o problema do narcotráfico, que prometeu fazer o Brasil voltar a crescer economicamente de novo, e não cumpriu. Não conseguiu cumprir absolutamente nada. Essa frustração é que causa a sua impopularidade atualmente no país", completou o pedetista. 

No último sábado, 25, Capitão Wagner comandou o evento regional do União Brasil em Mombaça, no Sertão Central. Apesar de discursar na presença de diversos políticos da base bolsonarista no Ceará, o líder da oposição fez questão de antecipar parte da estratégia de sua campanha para este ano: concentrar energia nas questões estaduais e se distanciar do presidente da República. 

O presidente do UB-CE chegou ainda a avaliar a estratégia do bloco governista de tentar  associá-lo a Bolsonaro para tentar “colar” a rejeição local ao presidente. “Quero debater os problemas do Estado. Eles querem fugir desse debate porque eles estão aí no governo há 36 anos, e não resolveram nenhum desses problemas”, disse Wagner. 


 

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