No Setembro Amarelo, confira sete dicas de livros sobre saúde mental
Dos clássicos aos contemporâneos, dos relatos pessoais aos textos filosóficos, autores de diferentes perfis escreveram sobre questões de saúde mental. Confira nossas recomendações de leitura para este Mês de Prevenção ao SuicídioDica 1
O demônio do meio-dia, de Andrew Solomon
Colaborador de publicações de peso, como o jornal The New York Times e a revista The New Yorker, Andrew Solomon escreveu esta “anatomia da depressão” - um impressionante estudo com mais de quinhentas páginas finalista do prêmio Pulitzer - para entender sua própria batalha contra a doença. Com uma linguagem acessível, o livro mistura história, depoimentos de médicos e pacientes, e análise da eficácia de tratamentos e medicamentos, sejam eles convencionais ou alternativos.
Companhia das Letras, 584 páginas, R$38
Dica 2
A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector
Como boa parte da literatura produzida por Clarice, este seu romance, publicado em 1964, é arquitetado sobre o intenso fluxo de consciência da narradora-protagonista, uma mulher que, depois de despedir a empregada, inicia uma faxina e se depara com uma barata. O encontro inesperado é catalisador de um surto existencial e de angústia que lança a personagem em um monólogo que reflete sobre a condição humana em suas dimensões de loucura, prazer e espiritualidade.
Rocco, 192 páginas, R$27
Dica 3
Meu ano de descanso e relaxamento, de Ottessa Moshfegh
Um romance divertidíssimo - aos moldes do “rir pra não chorar” - que toca a questão da depressão e suas implicações medicamentosas sob uma ótica contemporânea e deliciosamente autodepreciativa. A protagonista é uma jovem bonita, descolada e bem sucedida profissionalmente que decide responder ao seu sentimento de alienação social permanecendo um ano inteiro em um estado de quase absoluto entorpecimento farmacológico.
Todavia, 240 páginas, R$56
Dica 4
Meus tempos de ansiedade, de Scott Stossel
Como o livro de Andrew Solomon sobre a depressão, este impressionante estudo acerca da ansiedade parte da experiência do próprio autor, o jornalista Scott Stossel, para oferecer ao leitor um mergulho profundo no mais comum distúrbio mental oficialmente classificado. A obra vai da história da doença às suas implicações contemporâneas, abraçando perspectivas distintas e complementares, como a medicina e a filosofia, para tentar desvendar seus mecanismos de ação e tratamento.
Companhia das Letras, 520 páginas, R$66
Dica 5
Os diários de Sylvia Plath (1950-1962)
Embora sua obra mais famosa seja o romance A redoma de vidro, profundamente autobiográfico e honesto em sua elaboração das consequências mais agudas do estado depressivo, os diários da escritora norte-americana Sylvia Plath revelam outras camadas de sua relação com as aflições e angústias que a acompanhavam desde a juventude. Este volume compreende seus escritos pessoais dos 18 aos 30 anos e mostram a complexidade de uma mulher em luta constante com seus próprios fantasmas.
Biblioteca Azul, 840 páginas, R$89
Dica 6
O apanhador no campo de centeio, de J. D. Salinger
Holden Caulfield é o protagonista desse romance ao redor do qual foi erguido um peculiar universo de histórias e lendas na cultura norte-americana. O personagem de Salinger, um adolescente amuado que perambula errante pelas ruas de Nova Iorque, travando diálogos com as figuras pitorescas que encontra pelo caminho, já teve seu comportamento analisado sob diversas óticas da saúde mental, como a depressão, a ansiedade e o transtorno de estresse pós-traumático.
Todavia, 256 páginas, R$52
Dica 7
Lições de felicidade, de Ilaria Gaspari
Este livrinho tem uma proposta instigante: sua autora, a filósofa italiana Ilaria Gaspari, sofrendo pelo fim repentino de um relacionamento e pela súbita necessidade de encontrar um novo apartamento, decide se “matricular” nas escolas clássicas da filosofia antiga. Gaspari narra sua experiência, semana a semana, seguindo as máximas das doutrinas pitagórica, eleata, cética, estóica, epicureia e cínica, e acaba oferecendo ao leitor “exercícios filosóficos para o bom uso da vida”.
Âyiné, 210 páginas, R$52