Após o BBB 22, saiba como está a vida pessoal e profissional de Jessi Alves
Professora de Biologia e a última mulher a deixar a casa da 22º edição do Big Brother Brasil, Jessi Alves comenta sobre novos trabalhos e nova realidade
16:05 | Ago. 15, 2022
Natural da Bahia, apaixonada pelo ensino e ex-BBB, Jessilane Alves, se encontra em uma nova fase de sua vida, com novos projetos aliados às suas redes sociais. Neste ano, Jessi realizou seu sonho de participar do Big Brother Brasil, tendo marcado com momentos nos quais debateu sofre racismo e capacitismo, além de ter sido a última mulher a deixar a casa.
“Eu assistia ao BBB desde criança e achava incrível a experiência de estar lá dentro. De poder participar das provas, dos eventos, além de saber qual era a sensação de estar ali. Quando eu me inscrevi em outros anos, a minha cabeça não era tão madura quanto quando eu realmente entrei. Neste ano, eu já tinha falado para mim que era a última tentativa e eu já tinha uma mentalidade mais voltada a aprendizados do que a viver o momento”, revela Jessi em entrevista ao Vida&Arte.
Jessilane começou a trabalhar de carteira assinada com 14 anos, sem deixar os estudos de lado. Envolvida desde cedo com o ensino em sala de aula, se tornou professora de Biologia e, para completar a renda de casa, dava aulas particulares e ajudava a mãe em um salão de beleza.
“Desde criança, eu acompanhava minha mãe no salão, aí ela me dava 20 reais por dia de trabalho. Já ficava muito feliz. Depois eu comecei a estudar e perceber o mundo. Eu quis trabalhar como menor aprendiz, porque na época eu descobri que menor aprendiz fazia um curso junto do seu trabalho. Então, eu trabalhava três dias e os outros três eu ia para o curso. Isso pra mim era incrível. Daí em diante não parei mais”, conta ela.
Aliada e atenta às questões sociais, Jessi se aprofundou nos estudos e se tornou mestre em Biologia pela Universidade de Brasília. A ex-BBB revelou na entrevista que sua paixão pela Biologia começou desde cedo, quando perguntou para sua professora de Ciências Biológicas qual curso ela havia feito. Além disso, ela aprendeu Libras para se comunicar melhor com seus alunos surdos.
“A libra entrou na minha vida ainda no Ensino Médio. Eu estudava em uma escola que era inclusiva, e na minha turma do terceiro ano havia cinco alunos que eram surdos. Eu gostava muito da possibilidade de interagir com eles, mas eu não sabia falar. Comecei a pedir para uma intérprete me ensinar para eu aprender aos poucos. Quando fui pra faculdade, decidi fazer licenciatura e entrei em uma cadeira de Libras. Aí, quando eu comecei a lecionar, fui para uma escola também inclusiva e comecei a dar aula para esses alunos que me motivaram bastante a aprender”, diz ela.
Valores e princípios
Dentro do reality, Jessi se posicionou diante de algumas bandeiras sociais, como racismo, feminismo, capacitismo, assim como outras pautas que envolvem sua vivência. Com uma personalidade alegre, a professora chegou às últimas semanas do programa, sendo a 14º eliminada. Ela conta em entrevista que seguiu o que acreditava ser importante para ela, sem passar por cima de seus valores e princípios. Afirma ainda que não conseguiu sentar para assistir ao programa, mas que quer muito em algum momento.
Quanto ao resultado da edição deste ano do Big Brother Brasil, Jessi acredita que seja um reflexo da sociedade atual. “Um reality reproduz a realidade, então o final do programa é o reflexo dela. Ainda mais no ano de 2022 que vem acontecendo várias coisas relevantes e importantes para a sociedade como um todo”, diz ela.
Jessi conta que tem uma relação relativamente boa com todos. Como os seus colegas mais próximos, ela cita Tiago Abravanel e suas "comadres", Linn da Quebrada, Natalia Deodato e Naiara Azevedo.
Sobre as pautas levantadas dentro da casa, ela afirma que é um assunto muito delicado e difícil de falar, pois cresceu em uma sociedade que tenta “lhe afastar".
“Quando eu saí do BBB, eu percebi que a maioria dos comentários negativos que eu recebia eram sobre eu ser mulher, preta, periférica. Além dos comentários sobre meu cabelo. Quando eu pensava lá dentro em falar disso, automaticamente eu imaginava que poderia ser ruim, pois iam me considerar 'militante e mimizenta'”, diz ela.
Quebrando o mistério sobre a parte financeira de quem participa do programa, Jessi diz não ser milionária, mas que seu padrão de vida mudou muito. “Eu estou trabalhando, mas não sou milionária. Claro que minha vida atualmente nem se compara a de antes. Hoje eu posso comer queijo e presunto todo dia, hoje eu posso comer um bife inteiro, antes eu teria que repartir para 4 pessoas. As possibilidades e oportunidades que venho vivendo estão sendo incríveis. Eu consigo fazer coisas sem me preocupar com o tanto que vou gastar. Rica não estou, por isso continuo trabalhando”, revela ela.
Sobre a possibilidade do reality alavancar a vida amorosa, a ex-BBB conta que segue solteira, sem perspectivas de relacionamento. “Eu não estou em um momento muito disponível também. Pode rolar momentos íntimos com alguém, mas não é isso que venho planejando”, diz ela.
Novos trabalhos
Tratando-se do seu futuro nas salas de aula, Jessilane pontua que a educação é sua base e seguirá a acompanhando. A professora pretende aproveitar novos espaços e trabalhar também em outras frentes, como publicidade de marcas, além de conquistar outros territórios na comunicação. Visando abordar temas como o sistema educacional brasileiro, libras e assuntos que permeiam sua trajetória de vida, ela afirma trará quadros em suas redes sociais com essas temáticas.
“Eu tenho a consciência de que estudei seis anos da minha vida pra estar dentro de sala de aula, além dos concursos. Então, eu tenho conteúdo, não quero deixar isso pra trás. Quero continuar trazendo isso pra mim e pras minhas redes. Vou trazer quadros que tenham a ver com quem eu sou e vou estudar também para produzir algo para além das redes”, conta ela.
Antes de finalizar, Jessi ressalta a importância da educação e relaciona a temática com o atual ano de eleição. “É bom analisarmos todos os planos de governo para todos os cargos. A educação é a base, é dali que teremos os jovens que definirão o futuro do nosso país. Queremos formar pessoas que tenham o mínimo de senso crítico. É necessário transformar as informações em conhecimento, para de fato discernirmos sobre qualquer coisa que falamos no dia a dia, não só na política”, finaliza ela.
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