Entenda por que a astrologia é uma ferramenta de autoconhecimento
Entenda por que a astrologia é uma ferramenta de autoconhecimento“Não acredito em horóscopo”. Comentários desse tipo costumam soar com uma ponta de desdém, como se a astrologia se reduzisse a cinco linhas de previsões no jornal. “Os céticos, que veem a astrologia como pseudociência, não percebem que estão anulando toda uma produção de conteúdo milenar”, diz o astrólogo Marcelo Dalla, responsável pelo horóscopo diário do portal IG.
A astrologia, afinal, compreende um conjunto de estudos milenares, que começou a partir da percepção sobre os eventos celestes e sua influência sobre a humanidade. “É o resgate de um saber de mais de 6 mil anos, certamente desconhecido, tanto pelos que se dizem céticos quanto para os que acreditam que é possível se pautar por cinco linhas. Vai além de crenças morais, sociais ou religiosas”, diz a astróloga Ana Thomazini, no tom poético que costuma usar em seus posts do Instagram Vespertina Astrologia.
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Uso da astrologia ao longo da história
Para os que juram que religião e astrologia não se misturam, vale lembrar que, segundo os historiadores, os Reis Magos eram sábios inspirados em sacerdotes do zoroastrismo, uma religião persa ligada à leitura do céu. “Os Reis Magos se guiaram pelas estrelas para encontrar o menino Jesus. Tanto que o Dia do Astrólogo é celebrado em 6 de janeiro, Dia de Reis”, diz Marcelo.
As sociedades primitivas já faziam uso do relógio de sol na agricultura, como guia para o plantio e a colheita. Na Mesopotâmia, arqueólogos acharam tabuletas de argila com previsões de eclipses lunares e solares de 1.000 a.C. No auge do Império Romano, a astrologia influenciou reis e rainhas na Renascença.
Um dos nomes mais respeitados dessa época é o inglês John Dee (1527 d.C.), astrólogo da rainha Elizabeth I, que não dava um passo sem consultá-lo. No filme Elizabeth, protagonizado pela atriz Cate Blanchett, quando ela ascende ao trono, Dee é incumbido de indicar o dia mais auspicioso para a coroação. E Elizabeth reinou por mais de 40 anos.
Na Inquisição, contudo, os astrólogos foram delegados a bruxos e houve um hiato. Nos séculos 19 e 21, o antigo conhecimento foi resgatado e direcionado para a psicologia e o autoconhecimento.
Astrologia como bússola
Em 1990, a Nasa mostrou uma foto da Terra tirada do espaço a 6,4 bilhões de quilômetros, provando o quão pequenos somos diante da imensidão do cosmos. “A ciência não é a totalidade, o Universo é a totalidade, e a ciência segue tentando desvendá-lo”, diz Priscila de Charbonnières, astróloga da Vida Simples, life coach e criadora do app de astrologia Soulloop. “A astrologia traz informações dos arquétipos da humanidade dos quais todos fazemos parte. O mapa natal é o espelho da alma, da frequência do Universo no momento do nascimento”, afirma.
Ah, então todas as pessoas do signo de escorpião, em todo o planeta, seriam iguais? “Só se nasceram no mesmo horário, lugar, minuto, segundo e milímetro de segundo”, diz ela. É preciso levar em conta cada nuance do mapa natal – ou mapa astral. “Para cada pessoa do mesmo signo há um espectro, do azul-celeste ao azul-marinho”, afirma.
Acessando o inconsciente
Priscila afirma que os arquétipos astrológicos ajudam a acessar o inconsciente e ditam os padrões repetitivos de comportamento. “A astrologia nos ajuda a tirar os véus do inconsciente, acessar a intuição e tomar melhores decisões”, defende ela.