Pastor critica animação infantil da Netflix com "Diabo": "Absurdo"

O pastor reprovou a ideia do desenho retratar o "Diabo" em tom de "brincadeira"

15:50 | Fev. 23, 2022

Por: Miguel Araujo
Pastor criticou animação infantil Cuphead, da Netflix, que tem Diabo no enredo (foto: Reprodução)

Um vídeo publicado por um pastor no Instagram chamou a atenção de internautas ao longo dessa semana. Na postagem, Rinaldo Silva critica a série de animação infantil “Cuphead”, da Netflix, após assistir a um episódio em que aparece o vilão “Diabo” - que, na visão do pastor, teria sido representado de forma “engraçadinha”, com música e trecho em que até afirma que “sugar a alma é seu grande barato”.

Até a publicação desta matéria, o vídeo tinha mais de 2,6 milhões de visualizações. O pastor também realizou a postagem como uma forma de “alerta” para pais de outras crianças sobre o conteúdo da obra. O desenho “Cuphead” foi lançado neste na Netflix ano e é inspirado no jogo homônimo de bastante sucesso. A produção tem estética baseada nas animações de 1930 e acompanha as aventuras dos irmãos Xicrinho e Caneco, que enfrentam o Diabo e outros personagens ao longo da trama.

“Precisamos estar alertas, para que possamos proteger nossos filhos de todas as astutas ciladas do Diabo!”, disse Silva na descrição de sua postagem. Segundo Rinaldo, sua filha de quatro anos estava assistindo ao desenho quando ele ouviu a música que reúne o verso destacado.

O vídeo de Rinaldo começa com a gravação da tela inicial de “Cuphead” na plataforma de streaming, em que aparecem os dois protagonistas da animação. “Quando escutei uma música estranha, corri para cá, desliguei a TV e fiz uma oração por ela. Parece ser muito inofensivo, dois bonequinhos, sorridentes”, disse.

Em seguida, Rinaldo passa a reproduzir o trecho com a música: “Olha que absurdo: são almas indo para o inferno. Eles vomitam tudo em nossas crianças. Escuta essa música: 'Sou o Diabo, o rei do terror e do macabro. Me chamam de 'serpente', 'satanás' e 'coisa ruim'. Eu adoro ser euzinho, tão malvado assim".

Depois, na parte final de seu vídeo, o pastor reprovou a ideia de retratar o “diabo” como em tom de brincadeira: “Estejamos vigilantes, atentos, porque de fato parece ser brincadeira, mas o diabo não tem brincado. Não se pode brincar com o mundo espiritual em hipótese alguma”.

Esclarecimento de Rinaldo

Diante da repercussão que a postagem teve, Rinaldo decidiu publicar um outro vídeo, mas desta vez esclarecendo mais seu posicionamento. Devido ao conteúdo apresentado, o pastor criticou o fato de a Netflix ter colocado “Cuphead” como produção de “classificação livre”, o que teria permitido sua ida ao perfil reservado para obras infantis da plataforma. Por isso, então, sua filha teria tido acesso à animação.

Silva disse que, assim como em outros lares, na sua casa há horários determinados para diferentes atividades, como assistir a desenhos e “ouvir a palavra de Deus”. Ele relatou que foi ele quem pôs “Cuphead” para a sua filha assistir, mas ficou “muito inquieto” ao perceber o trecho em que aparece o Diabo.

“Vejo que não poderia estar no perfil de Kids por uma série de coisas. Vi um episódio em que o diabo faz uma festa no inferno. Isso é muito sério, porque não dá para relativizarmos as coisas. Tudo é muito relativo nessa vida, então todo mundo quer relativizar. É um diabo engraçado, com um cantoria irrelevante. Sabemos que não é assim que funciona. Eu não quero pintar para a minha filha um diabo engraçado”, afirmou.

Em seguida, disse que sua “guerra” não era contra a Netflix, mas “sempre contra algo muito maior”, e indicou outras produções que também trariam esse lado de “relativização” do Diabo, como na série “Lúcifer”. “A TV e as músicas estão assim, e nós como cristãos precisamos estar posicionados e firmes. Cada um é livre para fazer suas escolhas. A minha escolha, da minha família, é essa: de ver nossa filha crescendo nos caminhos do Senhor”, comentou.

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