Motorista de aplicativo usa cartaz para explicar síndrome e viraliza: 'viagens ficaram tranquilas'

A resposta dos passageiros após a colocação dos informativos foi positiva e a qualidade das corridas aumentou de forma inesperada

Após ter ficado 15 dias sem poder trabalhar, o motorista de aplicativo Antonio Luiz, de 44 anos, resolveu colocar um cartaz no carro para informar os passageiros que ele é portador de uma síndrome rara, de Tourette. Conhecida por afetar 1% da população mundial (cerca de 79 milhões de pessoas), esta síndrome tem como característica tiques involuntários súbidos e repetitivos e, por este motivo, o homem acredita que ficou sem poder rodar na Uber.

E já que o bloqueio imposto pela empresa de transporte não tem causa explícita, Antonio resolveu colocar um cartaz atrás dos bancos explicando que os movimentos e sons que emite, na verdade, são involuntários e ocasionados pela síndrome que possui desde os oito anos de idade.

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"Sou casado, pai de um garotinho, dirigo desde 97, caminhão, carro de passeio, moto. Faço todos os exames de renovação de habilitação e trabalho como motorista de aplicativo há anos", inicia o homem no cartaz de apresentação. "Porém, tenho uma síndrome conhecida por Tourette, (...) que faz com que eu tenha movimentos involuntários como tiques, nos olhos, boca, ombros e às vezes sons. Estou te informando para que você fique tranquilo, pois não se trata de nada grave", explica o motorista.

O caso foi publicado no LinkedIn por um passageiro há 1 mês e viralizou nas redes sociais nos últimos dias. No post em seu perfil, o desing de embalagens, Carlos Oliveira, disse que em 15 minutos aprendeu com Antonio mais do que em toda a vida sobre inclusão e respeito. A publicação conta com mais de 65 mil curtidas e 626 comenttários.

Segundo Antonio, em entrevista concedida ao site Uol, a resposta dos passageiros após a colocação dos informativos - realizada há três meses - foi positiva e a qualidade das corridas aumentou de forma inesperada. E as perguntas preocupadas dos viagentes a cerca do seu estado de saúde, depois que ele apresentava algum tique, desapareceram.

"As viagens ficaram bem mais tranquilas depois que eu coloquei o aviso. A gente vai conversando e as pessoas vão me contando as histórias delas, umas que têm a síndrome, outras que conhecem quem tem. Virou uma via de mão dupla", comemorou em declaração à reportagem.

Situações de desconforto - como as que Antonio enfrentava durante as viagens após a pergunta dos passageiros - podem ocasionar agravamento nos tiques. Por outro lado, quando há acolhimento e compreensão, o gatilho funciona de forma inversa, amenizando-os, conforme relarou o trabalhador.

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