Mulheres solteiras: Influenciadora digital Krishna lança livro com dicas

"Dez (ou mais) mandamentos da solteira – Um guia de mesa de bar", escrito pela influenciadora digital Krishna, aborda autoestima, relacionamentos amorosos e sexualidade entre as mulheres

17:10 | Out. 27, 2021

Por: Clara Menezes
Krishna é autora do livro Os 10 Mandamentos da Solteira - um guia de mesa de bar (foto: Reprodução/ Instagram @kripshna)

Não é necessário ir tão longe para encontrar referências que mostrem as mulheres dentro de uma sociedade que as impõe a necessidade do casamento ou do namoro. As comédias românticas famosas do início dos anos 2000, por exemplo, são repletas desses estereótipos. Os milhares de livros de romance (principalmente aqueles destinados ao público feminino) também possuem esses mesmos aspectos. Há, entretanto, um movimento que acontece com mais força nesta última década: a tentativa de quebrar as barreiras de gênero acerca dos relacionamentos e da intimidade das mulheres. Nesta perspectiva, a influenciadora digital Krishna lança o livro “Dez (ou mais) mandamentos da solteira - um guia de mesa de bar”, publicado pela editora Rocco.

Ela é conhecida por fazer relatos cômicos de sua vida e das experiências de pessoas próximas. Em seu perfil do Instagram, define-se como “escritora, solteira e twitteira”. “Eu sempre gostei muito de falar sobre comportamento feminino e de expor minha própria vida. Como falo muito sobre isso no meu Twitter, há anos compartilhando minhas experiências, erros e acertos e lendo as experiências de outras mulheres, naturalmente surgiu a vontade de mergulhar nesse tema”, explica sobre o processo de idealização da obra.

De acordo com ela, a solteirice costuma ser retratada como um estágio para o casamento. “A solterice na cultura pop geralmente é retratada de maneira caricata, como um degrau de passagem ‘enquanto você não encontra o homem da sua vida’, ou então através do estereótipo da ‘amiga solteira maluquinha’. Eu quis escrever sobre os diversos aspectos e camadas da solteirice, sobre as complexas experiências que a gente tem e também tentar investigar e teorizar um pouco sobre porque a solteirice é a escolha de vida de cada vez mais mulheres”, diz.

Com dez “mandamentos” para o público feminino, traz questões sobre autoajuda e feminismo, além de mostrar suas próprias opiniões a partir das situações íntimas que viveu. O primeiro tópico aborda “amar a si mesmo sobre todas as coisas” com o objetivo de mostrar que as mulheres devem se tornar o centro de suas próprias vidas. “Eu gosto bastante do mandamento ‘Santificar o seu prazer e seu corpo’. Acho muito importante a gente falar abertamente sobre nossa sexualidade, as práticas que gostamos, que não gostamos e tudo que isso implica. Tivemos - e ainda temos - vergonha de falar sobre sexo por tanto tempo, que acredito que todo tipo de conversa honesta sobre nosso prazer precisa ser incentivada, assim como o autoconhecimento sexual”, pontua.

Para isso, compartilha suas experiências pessoais para demonstrar que não há necessidade de ter vergonha de vários assuntos. “Sinto que através da minha própria exposição eu posso ajudar outras mulheres a entenderem que os sentimentos e comportamentos delas também são normais”, indica.

O livro ainda traz dicas que envolvem o universo das relações íntimas com si mesmo e com outras pessoas. Há indicações de aplicativos, comentários sobre autoconhecimento, sugestões sobre o que fazer quando está sozinha, recomendações para encontros e até maneiras de lidar com amigas que namoram. “Eu espero que minhas experiências ajudem outras mulheres independente da fase da solteirice que elas estão, seja na de ficar mais sozinha ou na de querer conhecer gente nova e ter encontros. O livro tem esse objetivo de ajudar as pessoas a terem um novo olhar sobre a solteirice, sair um pouco do estigma e do lugar comum que esse estado civil ocupa no imaginário popular”, ressalta.

Para Krishna, as mulheres ainda são colocadas dentro de muitos estereótipos acerca de seus relacionamentos. Há, por exemplo, várias discrepâncias quando elas são comparadas aos homens. “Enquanto a mulher é, desde nova, cobrada sobre namorar, casar e construir família, essa cobrança não é simétrica com os homens. Um homem estar solteiro por longos períodos não gera questionamento, enquanto as mulheres na mesma situação são chamadas de solteironas, que ‘ficaram pra titia’, etc. Isso é um anacronismo”.

Com isso, reflete sobre os motivos que explicam porque a parcela feminina da sociedade está cada vez mais solteira. Na opinião de Krishna, as mulheres mudaram muito nas últimas década, enquanto os homens não foram educados para acompanhar essas transformações. “Se antes o casamento era uma necessidade, hoje em dia, para muitas mulheres, ele é supérfluo, é uma coisa que precisa vir para somar na vida, não para dar dor de cabeça”.

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