Émerson Maranhão concorre a prêmio de liberdade de expressão por série LGTBQIA+
Jornalista concorre pela direção de "Transversais", um dos projetos criticados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2019 e que resultaram na suspensão de verbas para produções com temática LGBTQIA+
08:56 | Jul. 10, 2021
O cineasta alagoano Émerson Maranhão, que atuou por quase duas décadas como jornalista do O POVO, é o único brasileiro concorrendo à edição deste ano do prêmio Freedom of Expression Award, disputando a categoria de arte. A premiação é realizada desde 2000 pela organização sem fins lucrativos Index on Censorship e “celebrar aqueles que tiveram um impacto significativo no combate à censura em qualquer lugar do mundo”.
Émerson concorre pela direção de “Transversais”, um dos projetos criticados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2019 e que resultaram na suspensão de verbas para produções com temática LGBTQIA+. À época, o chefe do Executivo anunciou que a Agência Nacional de Cinema (Ancine) não iria liberar verba e que as obras foram “abortadas” a tempo. A notícia foi divulgada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
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“Transversais” é um desdobramento do curta-metragem “Aqueles Dois”, dirigido por Émerson e produzido por Allan Deberton, colega de profissão. O curta está no catálogo do Canal Brasil e recebeu diversos prêmios em sua bem sucedida carreira de festivais, entre eles melhor documentário, melhor fotografia e melhor roteiro.
Natural de Arapicara, em Alagoas, Émerson está radicado no Ceará desde o fim da década de 1990. Além da atuação jornalística, é também roteirista e diretor de TV. Graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), tem formação em Realização Audiovisual pelo Instituto Dragão do Mar e em Narrativas Transmidiáticas pela Baltic Film, Media, Arts and Communication School, da Universidade de Tallinn, na Estônia.
O jornalista é autor do livro “Cinema Falado”, que reúne entrevistas com 12 cineastas cearenses, incluindo Karim Aïnouz, Halder Gomes e Guto Parente. Ele já coordenou o Prêmio Ceará de Cinema e Vídeo e participou de júris de festivais de cinema. Atuou de maio de 2004 a março de 2020 no O POVO como repórter, editor, repórter especial, coordenador de transmídia e colunista da Cena G, que abordava a temática LGBTQIA+.