Cearense dá volta ao Mundo com "bicicleta humana"
Na próxima viagem, o cearense Davi Montenegro contou que pretende usar a bicicleta convencional, "a de verdade mesmo, não a humana"O cearense Davi Montenegro, 31 anos, viajou o Mundo com a brincadeira e hit musical "Bicicleta Humana". Em um ano e meio, ele percorreu 37 países conhecendo a cultura e os povos locais. Para ele, a canção e a dança são uma linguagem universal, que vence qualquer barreira de idioma ou cultural e aproxima uns dos outros. Ele viajou no segundo semestre de 2018 e só voltou no final de 2019.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
E isso inspirou o cearense a gravar vídeos pelos lugares que visitava. Davi conta que seu projeto inicial era viajar pelo mundo ensinando povos dos diversos países a dançar coreografias brasileiras. "Meu objetivo com esse projeto é mostrar como coisas simples que nos mais diferentes lugares do mundo, todos somos humanos e muito mais parecidos uns com os outros do que imaginamos", diz ele.
Sempre sob o fundo de belas paisagens, ele e alguns moradores locais encenam uma coreografia e cada um se torna uma peça dessa bicicleta: um vira os pedais, outro o guidão, outro o selim e outra pessoa que pisava nas mãos do companheiro para pedalar o ciclista simulando assim uma bicicleta feita por pessoas. "A bicicleta humana é uma espécie de piada inocente que qualquer pessoa no mundo entende, no interior da Zâmbia ou no alto das montanhas do Nepal, as pessoas sabem o que é uma bicicleta", conta o mochileiro.
Essa música que serviu de inspiração para Davi. Em meados de 2010, o grupo "Muleks Piranha" lançou o 'passinho da bicicleta humana' e ficou conhecida após um clube de futebol da Islândia comemorar um gol com a coreografia. Davi conta que fazia esse passo sempre quando se encontrava com seus amigos de faculdade e decidiu reproduzir também durante a viagem.
O cearense fala que no começo tinha muita vergonha de abordar as pessoas e pedir para gravar o vídeo do passinho. Sua estratégia era convidar pessoas que ele ia conhecendo durante a viagem. E logo ele foi perdendo a timidez. "Às vezes eu estava em um cenário tão legal que simplesmente abordava pessoas aleatórias na rua", fala Montenegro. "O bom era que como já tinha os primeiros vídeos gravados, seria como exemplo e mesmo se o idioma não estivesse fluindo, a pessoa entendia o que eu queria fazer vendo o vídeo e por mímica", finaliza.
Outra dificuldade era o idioma, mas o mochileiro fala que assim como a dança, o bom humor também é universal. "Algumas pessoas eu não conseguia trocar uma palavra, mas por onde passava abria sorrisos em todo mundo que via a "bicicleta humana". Ele diz que no começo as pessoas ficavam muito tímidas e encabuladas com a ideia, mas não se recorda que alguém tenha se recusado. E depois de verem o vídeo riam muito e pediam uma cópia.
Davi Montenegro foi entrevistado no Instagram do O POVO Online, em fevereiro do ano passado, quando ele contou como viajar gastando pouco. Em sua conta na rede social (@cabeca.pra.baixo), tem os relatos diários das viagens que fez e também dá dicas de como viajar de forma barata, além de sugestões de destinos alternativos e pouco conhecidos.
Davi está trabalhando agora em seu livro com relatos das viagens que fez ao redor do Mundo. Ele conta que diante da pandemia é difícil pensar em viagens nesse momento, mas já sabe seu próximo destino: Japão. "Durante minha jornada conheci alguns cicloviajantes e tá nos meus planos fazer alguma próxima de viagem aí pelo mundo de bicicleta", conta. "Mas dessa vez a de verdade mesmo, não a humana". Finaliza.