Fortaleza tem pelo menos 127 órfãos da pandemia; entenda perfil
Relatório do Núcleo Multidisciplinar de Atenção Individualizada traz resultados de busca ativa e atendimentos realizados desde junho deste anoFortaleza tem pelo menos 127 crianças de até três anos que perderam algum ente familiar devido à Covid-19. A maioria ficou órfã de avós ou pais e mora nas Regionais 1, 3, 6, 9 e 10. Além disso, "54% tiveram atendimento imediato em suas necessidades". As informações são da Coordenadoria Especial da Primeira Infância e foram divulgadas nessa quinta-feira, 15.
O relatório do Núcleo Multidisciplinar de Atenção Individualizada traz resultados de busca ativa e atendimentos realizados desde junho deste ano. Segundo o Núcleo, a busca ativa localizou e obteve informações de 114 crianças. Entre as demais crianças da listagem municipal, duas faleceram, oito não residem mais em Fortaleza e três não foram localizadas.
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Com as crianças encontradas, a Prefeitura traçou um perfil a partir de alguns questionamentos. Dez crianças perderam a mãe, 22 informaram que o óbito familiar foi paterno e 14 informaram que o óbito ocorreu com algum cuidador da criança. Outras 30 crianças perderam os avós, cinco ficaram sem irmão e sete, outro parente. Finalmente, 26 famílias não souberam informar sobre o óbito ou optaram por não responder.
As crianças e suas famílias foram visitadas por agentes de cidadania da Coordenadoria de Participação Social. As regionais com maior número de órfãos da pandemia foram a Regional 1 (15 crianças); a Regional 3 (16 crianças); a Regional 6 (15 crianças); a Regional 9 (11 crianças) e a Regional 10 (13 crianças). Duas famílias não informaram a regional.
Sobre a inserção das crianças nos serviços sociais da Prefeitura, 54% tiveram atendimento imediato em suas necessidades. As demais tiveram planos para a inserção elaborados. Os motivos para a impossibilidade de atendimento imediato foram diversos, como o fato de não corresponder aos critérios elencados por lei.
O Núcleo garante que "as crianças foram atendidas de acordo com suas necessidades". Ao todo, 17 órfãos foram inseridos no Programa de Atenção Integral à Família (PAIF). Duas crianças foram atendidas pelo programa “Sim, Eu existo”. Outras 13 crianças estão em acompanhamento contínuo pelo
Conselho Tutelar.
Ademais 55 crianças foram atendidas nos serviços de saúde voltados ao público infantil e sete delas, que
encontravam-se com esquema vacinal desatualizado, tiveram suas vacinas atualizadas.
Na rede de educação, 29 crianças já matriculadas nas creches e centros infantis municipais; outras 10 crianças já matriculadas em outras redes de ensino. Nove crianças aguardam as famílias efetivarem o Registro Único e sete famílias não apresentaram interesse em matricular as crianças. Conforme lei federal, a matrícula é obrigatória a partir de quatro anos).
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