Covid-19: veja quais os sintomas da subvariante BQ.1
Conforme especialistas, os sintomas causados pela subvariante BQ.1 não diferem dos das demais cepas que causam a Covid-19, similares aos de uma gripe comumOs sintomas mais comuns associados à subvariante BQ.1 da Ômicron — que atualmente predomina no Ceará — são similares ao de uma gripe comum e não diferem muito das outras ondas de Covid-19. Dor de garganta e de cabeça, tosse, cansaço, febre, congestão nasal, perda de olfato e paladar podem ser observados.
O biólogo Maurilio Bonora Junior, mestre, doutorando em Genética e Biologia Molecular na Universidade de Campinas (Unicamp) e divulgador científico, explica que a subvariante BQ.1 possui três mutações a mais na proteína spike — a responsável por fazer o vírus se ligar às nossas células — comparada a outras subvariantes da Ômicron.
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"Em termos práticos, isso significa que ela tem uma capacidade de transmissão um pouco maior, em comparação a essas mesmas subvariantes. Já pensando na eficácia das vacinas, foi visto que o escape imunológico da BQ.1 em relação aos anticorpos neutralizantes (gerados tanto por uma infecção natural quanto pela vacinação) é similar às outras subvariantes da Ômicron", detalha.
Por isso, o pesquisador alerta que é essencial que as pessoas busquem se vacinar, principalmente com as doses de reforço, pois já foi visto que as duas doses iniciais (ou a dose única da Janssen) não são suficientes para proteger o organismo da variante Ômicron, e suas subvariantes.
Conforme o biólogo, os sintomas causados pela subvariante BQ.1 não diferem muito do que foi registrado nas outras ondas de Covid-19, "sendo relatados comumente como síndrome gripal: dor de garganta e de cabeça, tosse, cansaço, febre, congestão nasal, perda de olfato e paladar". Casos de internação e UTI ainda acontecem, mas em um número muito baixo devido à vacinação.
Bonora cita que a rouquidão e afonia são devidos à irritação e inflamação da garganta. "O que foi visto em alguns casos é uma diferença na apresentação dos sintomas. Algumas pessoas começam com dor de garganta e afonia e, só depois de alguns dias, passam a ter outros sintomas, como cansaço e febre. Mas isso não é a regra. Ambos os sintomas são comuns", explica.
O médico infectologista Keny Colares, que atua no Hospital São José, é professor e pesquisador da Universidade de Fortaleza (Unifor), relaciona que "desde janeiro tem sido relatada uma menor gravidade da doença, com predomínio de sintomas da parte mais superior do trato respiratório".
"Tivemos a onda de janeiro pela variante Ômicron, em julho novamente outra onda por subvariantes da Ômicron [BA.4 e BA.5] e agora estamos tendo uma onda novamente por uma subvariante da Ômicron", rememora.
Ele cita que desde o início deste ano têm sido mais relatados sintomas como nariz entupido, secreção, dor de garganta. Por outro lado, são registrados menos sintomas na parte mais inferior do trato respiratório, que causa doenças mais grave, especialmente a tosse e a falta de ar.
"Alguns estudos sugerem que a Ômicron é uma variante menos patogênica, menos causadora de doença grave. Mas a proteção das vacinas e das infecções prévias também fazem com que a gente tenha sintomas mais leves", afirma Colares.
A maioria dos sintomas fez parte do quadro clínico de Cristiane Ribeiro Lima, 48, e da família após pegarem Covid-19 na última semana. "Domingo [27 de novembro], passei o dia deitada com dor no corpo, nos olhos, dor de cabeça, febre, tosse, espirro, coriza, rouca mesmo", relata.
Ela, o marido e a filha já haviam tomado as quatro doses da vacina. O marido apresentou febre, dor de cabeça, tontura. A filha, de 16 anos, teve tosse, febre e moleza. Ambas também ficaram sem paladar e olfato. Já o filho da turismóloga, de 22 anos, não teve nenhum sintoma.
Cristiane e o marido buscaram atendimento médico e precisaram de remédios para tratar os sintomas. Ninguém da família necessitou de internação ou maiores cuidados.