Infectologista alerta para a necessidade da vacinação de crianças de até dois anos
Vacinação de crianças nessa idade coincide com aumento no número de casos de Covid-19, após o surgimento de uma nova variante do vírus, a BQ.1A partir deste sábado, 19, crianças de seis meses a dois anos de idade poderão receber a vacina contra o Covid-19. A prioridade é para aquelas que tenham comorbidades.
A vacinação de crianças nessa faixa etária começa no momento que o Brasil registra um aumento no número de casos de Covid-19, após o surgimento de uma nova variante do vírus, a BQ.1, identificada no Rio de Janeiro.
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Em entrevista à rádio O POVO CBN, o médico infectologista pediatra Robério Leite alertou para a necessidade da imunização desse público. “Se a gente for fazer um histórico dos dois primeiros anos da pandemia, morreram duas crianças por dia no Brasil com Covid-19, superando e muito qualquer outra doença prevenida com vacina nas crianças, mais que morte por sarampo ou meningite”, explicou o profissional.
De acordo com Robério, o fato de algumas crianças terem comorbidades pode agravar ainda mais em caso de infecção pelo covid-19. “Nós estamos começando de certa forma atrasados essa vacinação, porque estamos no início de uma nova onda que está se estabilizando com uma nova variante, e essas crianças ficam desprotegidas, infelizmente,” pontuou Robério.
Neste momento a prioridade na vacinação são crianças que tenham imunodeficiência, problemas cardíacos ou pulmonares crônicos, além daquelas que tenham deficiências neurológicas que tenham como efeito colateral a redução das vias respiratórias, como a síndrome de Down.
“A proteção individual não é tão efetiva quanto a proteção coletiva. Era pra toda faixa etária dessas crianças estarem sendo vacinadas desde que a Anvisa aprovou essa vacinação há dois meses atrás. Assim, a proteção prevista será muito menor que a que poderia está acontecendo, caso tivéssemos iniciado essa vacinação antes,” criticou Leite.
Durante a entrevista, Robério Leite afirmou que a vacina contra o Covid-19 não traz qualquer risco para crianças autistas. “Não há a associação de maior risco que essa vacina irá provocar algum problema específico em alguma criança autistas ou qualquer outro grupo de crianças mais alérgicas, mesmo com alergias mais graves como asma,” declarou.
Ainda de acordo com Robério, estudos comprovam que a vacina contra o covid-19 para crianças é tão eficaz quanto outras vacinas para esse público. “Essa vacina foi aprovada baseada em estudos clínicos. “Essas crianças têm maiores benefícios nessa vacina e nas vacinas de modo geral,” concluiu.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou a vacina produzida pela Pfizer para crianças de seis meses a dois anos de idade em 16 de setembro deste ano. No entanto, devido à demora na compra dos imunizantes por parte do Governo Federal, acabou atrasando o início da vacinação.