Covid-19: número de casos no Ceará aumenta mais de 6 vezes em duas semanas
Total de confirmações saiu de 225 para 1.482 em duas semanas no Estado, conforme dados do IntegraSUS
22:22 | Nov. 17, 2022
O número de casos confirmados de Covid-19 no Ceará aumentou mais de seis vezes no período de duas semanas. O total de confirmações subiu de 225 para 1.482 entre a segunda metade de outubro e a primeira quinzena de novembro. O que equivale a uma variação de 558% no período.
Os dados são do IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), atualizados nesta quinta-feira, 17, às 9h47min. Entre as Regiões de Saúde do Estado, a maior variação foi na região de Fortaleza, que subiu de 115 para 1.004 (773%).
Em seguida, região de Sobral se destaca. Número de confirmações saiu de 31 para 186 — variação de 500%. O segundo maior aumento foi registrado na região do Cariri, que saiu de 53 para 244 casos na comparação entre as duas quinzenas — aumento de 360%.
Em seguida, a região do Litoral Leste/Jaguaribe apresentou variação de 316%, considerando que o número de confirmações saiu de 6 para 25. Por último, Sertão Central teve 22 casos nas duas primeiras semanas de novembro, ante a 20 casos na quinzena anterior, perfazendo aumento de 10%.
Na análise de Thereza Magalhães, pesquisadora e professora de Epidemiologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece), a variação de casos da covid-19 tem sido cíclica. Por isso, o atual recrudescimento de casos era "de certo modo esperado".
"A disseminação não será diferente, mas agora talvez seja até maior porque não faremos lockdown, uma vez que estamos vacinados e não são esperados tantos casos graves e óbitos", afirma. Ela pondera, contudo, que "as populações não vacinadas e aqueles com baixa imunidade requeiram maior atenção".
"A onda 5 atual deve ser semelhante à onda 4, sobretudo nos casos graves e óbitos. E, assim, deve ser bem diferente das ondas 1 e 2, sobretudo no número de óbitos esperado", compara a pesquisadora. A quarta onda de Covid-19 apresentou número de casos expressivo, mas o total de casos graves e óbitos foi consideravelmente menor em relação às ondas anteriores.
Em relação à subvariante BQ1, Thereza considera que deve ser conferida atenção especial a casos de reinfecção em idosos, diabéticos, imunossuprimidos e não vacinados. "Ter cuidado também com crianças, pois muitas não estão vacinadas e podem atuar inclusive como caso fonte", acrescenta.
A professora da Uece alerta que, como a BQ.1 tem maior poder de transmissão, ela "pode levar a mais pessoas doentes simultaneamente e muitos atestados médicos no trabalho/escola, gerando uma onda mais alta e menos sustentada".
"No entanto, teremos ainda a Copa e as festas de final de ano, que tb devem contribuir para maior transmissão", alerta. Ela alerta que a população deve usar máscara, lavar as mãos e tomar as doses de reforço da vacina (doses 3 e 4).
O epidemiologista Antônio Lima, coordenador de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), explica que não está sendo observado aumento de internações e óbitos devido à vacinação. "A positividade aumentou rapidamente, estamos entre 10% e 15%. Mas, por enquanto, não há repercussão assistencial, não há aumento de casos graves", afirma.
Tal taxa de positividade indica que um novo ciclo de contaminação foi iniciado, conforme o epidemiologista. A recomendação do uso de máscara permanece, principalmente para pessoas em grupos de risco, mas não há indicativo de que a medida seja compulsória no Estado, indica Antônio Lima, que integra o Comitê Estadual de Enfrentamento à Covid-19.