Covid: o que se sabe sobre a nova variante da Ômicron registrada no Brasil

Duas subvariantes da Ômicron têm causado aumento de casos em diversos países: a XXB e a BQ.1. Esta segunda já circula no Brasil, onde há aumento de testes positivos

23:30 | Nov. 07, 2022

Por: Ana Rute Ramires
Imagem de apoio ilustrativo. Desde o início deste ano têm sido mais relatados sintomas como nariz entupido, secreção, dor de garganta (foto: NIAID)

A quantidade de testes com resultado positivo para Covid-19 tem aumentado nas últimas semanas no Brasil. O crescimento está associado à BQ.1, subvariante da Ômicron, que circula no País. Esta nova cepa têm causado aumento de casos nos Estados Unidos e na Europa. A XBB— outra subvariante da Ômicron — tem circulado em países como Singapura, Índia e Bangladesh.

A BQ.1 é "descendente" da BA.5, que era uma das prevalentes em todo o mundo, junto com a BA.4 — todas subvariantes da Ômicron.

No sábado, 5, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou um caso de covid-19 provocado pela BQ.1 na cidade. Nesta segunda-feira, 7, o Rio Grande do Sul também registrou um caso da subvariante em Porto Alegre. Conforme a Fiocruz, em 20 de outubro, a variante foi encontrada no Amazonas em um sequenciamento do vírus feito pela unidade amazonense da Fundação.

Conforme Ethel Maciel, pós-doutora em Epidemiologia pela John Hopkins University e professora titular e da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o que se sabe até agora é que a BQ.1 é considerada muito transmissível mas não é mais grave do que as demais subvariantes da Ômicron. 

"A vacinação continua protegendo contra casos mais graves da mesma forma que subvariantes da Ômicron. A gente não teve impacto grande de efetividade contra casos leves, mas contra casos graves, continua valendo", diferencia. 

Aumento da taxa de positividade 

Conforme o Instituto Todos pela Saúde (ITpS), o percentual de testes positivos para SARS-CoV-2 saltou de 3% para 17% ao longo do mês de outubro. Aumento é "um forte indício de uma nova onda de casos de Covid-19". Análise é feita com base em 595.534 testes feitos pelos laboratórios Dasa, DB Molecular e HLAGyn entre 5 de dezembro de 2021 e 29 de outubro de 2022.

Dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) também indicam aumento. Na semana entre os dias 15 e 21 de outubro, a positividade era de 8,8%. Na semana seguinte, do dia 22 ao 28 do mesmo mês, a proporção subiu para 17,3%. 

Quais cuidados tomar agora? 

A recomendação é que idosos acima de 75 anos, pessoas que passaram por transplante de órgão recente, pessoas com doença de lúpus e imunossuprimidos, em geral, evitem aglomerações e utilizem máscaras sempre que tiverem contato com outras pessoas.

No caso de pessoas com condições de saúde normais e que não são idosas, a indicação é usar máscara em ambientes fechados, com aglomeração e sem circulação de ar.  Ethel Maciel alerta para que a população coloque a vacinação em dia. "Muitas pessoas não tomaram a segunda dose de reforço". 

Especialistas recomendam que as pessoas sintomáticas façam teste de covid-19 para que possam tomar os cuidados corretos de isolamento e, se necessário, de tratamento.

Quais os sintomas da BQ.1?

Segundo a epidemiologista Ethel Maciel, estão sendo observados alguns sintomas diferentes. "Ela começa com uma afonia, a pessoa perde a voz. Também tem febre, mas não tem perda de olfato e paladar", diferencia. 

Os sintomas da Covid-19 são similares aos da gripe e do resfriado comum. O paciente infectado pode ter coriza, dor de garganta, tosse, dor de cabeça, dor no corpo, cansaço e febre. Esses sintomas podem ser combinados ou aparecerem sozinhos, a depender da gravidade do caso. (Com Agência Estado)

Atualizada às 17h28, em 08/11/2022