Monitoramento: carga do coronavírus diminui nos esgotos de Fortaleza

A Rede Monitoramento COVID Esgotos comparou dados das semanas epidemiológicas 30 (24 a 30 de julho) e 33 (14 a 20 de agosto) deste ano

16:30 | Set. 03, 2022

Por: Gabriela Custódio
Foto de apoio ilustrativo. O monitoramento da água de esgotos é uma estratégia complementar à vigilância clínica (foto: NIAID/Divulgação)

Monitoramento dos esgotos de Fortaleza mostram redução da carga do coronavírus na comparação entre as semanas epidemiológicas (SE) 30 (24 a 30 de julho) e 33 (14 a 20 de agosto) deste ano. Apesar da melhora, a Capital cearense segue com carga considerada elevada pela Rede Monitoramento COVID Esgotos, que também acompanha os indicadores de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro. Segundo os dados mais recentes, somente a capital paranaense registrou aumento de carga viral.

As informações estão disponíveis no Boletim de Acompanhamento nº 18/2022 da Rede Monitoramento COVID Esgotos. O documento aponta que, em Fortaleza, na semana epidemiológica 30 (24 a 30 de julho), a carga viral era de 181,5 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes. Na semana 33, esse indicador caiu para 58 bilhões de cópias.

Na SE 30, as concentrações virais em todos os pontos monitorados na Capital estavam acima de 25 mil cópias do vírus por litro das amostras: índice considerado "elevado" pela Rede.

Na SE 31 (31 de julho a 6 de agosto), as áreas com concentração elevada ainda eram maioria em Fortaleza. Já nas semanas epidemiológicas 32 e 33, essas concentrações passaram a ser predominantemente "moderadas", como a iniciativa caracteriza o nível de 4 mil a 25 mil cópias por litro das amostras.

Outras cidades monitoradas

Além de Fortaleza, a Rede monitora a situação das águas de esgoto em outras cinco capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro. O boletim mais atual aponta que apenas Curitiba apresentou aumento de carga viral no período analisado. Por outro lado, tanto em Recife quanto no Rio de Janeiro houve pontos monitorados em que o vírus não foi detectado.

Como O POVO abordou em matéria de janeiro deste ano, o monitoramento da água de esgotos é uma estratégia complementar à vigilância clínica e ajuda a acompanhar o curso da pandemia. Como o Sars-Cov-2, vírus causador da Covid-19 está presente em fezes e urina de pessoas infectadas, é possível analisar amostras de água do esgoto para detectar a presença e a concentração dele nas regiões monitoradas.

A Rede Monitoramento COVID Esgotos é coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em ETEs Sustentáveis (INCT ETEs Sustentáveis), com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O projeto conta com parceria de companhias de saneamento locais e secretarias estaduais de Saúde, além das seguintes instituições de ensino: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).