Covid: Carga de coronavírus nos esgotos de Fortaleza é a maior desde janeiro, diz ANA

Aumento da carga viral nos esgotos coincide com crescimento de casos suspeitos e confirmados da Covid-19 em Fortaleza a partir do começo de junho

Um levantamento divulgado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) nesta sexta-feira, 8, apontou aumento no índice de carga viral do novo coronavírus na rede de esgoto de Fortaleza. Conforme a pesquisa da Rede Monitoramento Covid Esgotos, realizada no começo de junho, a Capital cearense atingiu carga de 1,3 trilhão de cópias do vírus para cada 10 mil habitantes. O patamar é o maior desde janeiro deste ano.

Em maio, o mesmo levantamento havia apontado média de 45,1 bilhões de cópias virais. No estudo, a ANA observou que o crescimento da presença do coronavírus nos esgotos de Fortaleza coincide com a alta de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 verificada a partir da semana epidemiológica 22 (03/6/2022). No mês passado, a Cidade contabilizou 7,4 mil diagnósticos positivos para a doença pandêmica, número bem maior do que o registrado em maio (997).

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Os indicadores da carga viral, explica a Agência, levam em consideração análises realizadas em três estações de tratamento de esgotos monitoradas na Capital cearense, que alcançam cerca de 65% da população. Além de Fortaleza, outras cinco capitais brasileiras são acompanhadas no estudo: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro. Estas duas últimas, conforme mostra o levantamento, foram as únicas que não registraram crescimento nos níveis de carga viral nos esgotos em junho.

De acordo com ANA, os dados coletados no estudo indicam que Fortaleza e Belo Horizonte podem ter índices virais ainda maiores neste mês. Já em Curitiba e no Distrito Federal, a tendência é que os números atuais se mantenham ou apresentem pequenas oscilações. "O registro de elevadas cargas nestas cidades tem sido acompanhado pelo incremento do número de casos de Covid-19 na maioria das regiões monitoradas", destacou o documento.

Diante do quadro, a Agência reforça a importância da manutenção das medidas de prevenção e controle do novo coronavírus em todas as regiões monitoradas.

Aumento de carga viral do coronavirus nos esgotos acompanha alta de casos de Covid-19 em Fortaleza
Aumento de carga viral do coronavirus nos esgotos acompanha alta de casos de Covid-19 em Fortaleza (Foto: Reprodução/ANA)

Sobre o levantamento

A Rede Monitoramento Covid Esgotos acompanha as cargas virais e concentrações do novo coronavírus no esgoto de seis capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. O trabalho, considerado uma das maiores iniciativas brasileiras de monitoramento da Covid-19 no esgoto, busca ampliar as informações para o enfrentamento da pandemia.

A intenção dos pesquisadores é que os resultados mensurados nos levantamentos possam auxiliar as autoridades locais de saúde na tomada de decisões relacionadas à manutenção ou flexibilização das medidas de controle para a disseminação da Covid-19. Os dados também podem fornecer alertas precoces dos riscos de aumento de incidência do vírus de forma regionalizada.

Com os estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus no esgoto das diferentes regiões monitoradas, o que pode ajudar a entender a dinâmica de circulação do vírus. Outra linha de atuação é o mapeamento do esgoto para identificar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de alerta precoce para novos surtos.

A Rede é coordenada pela ANA e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) Sustentáveis. A iniciativa conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e tem a colaboração de pesquisadores das seguintes instituições de ensino: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A Rede também recebe apoio de companhias de saneamento locais e das secretarias estaduais de Saúde.

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