Covid-19: Ceará tem predominância das sublinhagens BA.4 e BA.5, aponta Fiocruz

O órgão alerta que é indispensável manter e fortalecer medidas de prevenção como o distanciamento social e o cuidado com o calendário de vacinação contra o vírus

18:47 | Jul. 05, 2022

Por: Leonardo Maia
Pegar Covid duas ou mais vezes ao ano pode ser comum com a ômicron (foto: NIAID)

O cenário epidemiológico da Covid-19 no Ceará conta com predominância das sublinhagens BA.4 e BA.5 da variante Ômicron, de acordo com relatório da Rede de Vigilância Genômica da Fiocruz Ceará divulgado nesta terça-feira, 5. No total, 60 das 115 amostras (51,2%) analisadas pelo órgão foram classificadas como BA.4 ou BA.5. A maioria das amostras são de residentes de Fortaleza.

Conforme a Fiocruz, as Variantes de Preocupação (VOCs) possuem em comum um conjunto de mutações características que as tornam evolutivamente mais adaptadas e competentes em parâmetros associados a infecção, transmissão e disseminação da doença quando comparados com outras linhagens circulantes.

O órgão alerta que, apesar de a maioria dos casos da variante serem relacionados a sintomas leves, é indispensável manter e fortalecer medidas de prevenção como o distanciamento social, uso de EPI e intensificar as medidas de higiene pessoal, evitando-se aglomerações e principalmente, atentando-se ao calendário de vacinação contra o vírus.

Os resultados das análises foram enviados à Secretaria de Saúde do Ceará e à Rede Genômica da Fiocruz, compondo o panorama de circulação de linhagens em todo o País. Detectada no final de novembro de 2021 na África do Sul, a Ômicron é considerada com a VOC de maior preocupação, não somente por ser geneticamente mais distinta, mas por ser comprovadamente mais transmissível e competente do que a VOC Delta e outras variantes.

Desde o surgimento de variantes do vírus, especialmente as classificadas como VOC, os sistemas de vigilância epidemiológica do mundo todo tem estado em alerta, com recomendação de diligências de rastreio e busca ativa de casos suspeitos dentro dos critérios epidemiológicos mais preocupantes.

Em junho, a biomédica Mellanie Fontes-Dutra, doutora em neurociências pela UFRGS e divulgadora científica pela Rede Análise Covid-19, disse ao O POVO que, apesar do escape vacinal existir, as vacinas seguem protegendo. Ela argumentou, contudo, que são necessários mais estudos para investigar a relação entre infecções passadas e a dinâmica da resposta imunológica.

"Mesmo havendo um impacto na proteção contra a infecção, vemos a proteção contra a doença presente e alta. A gente vê como reflexo nas hospitalizações que, mesmo com o aumento significativo de casos, não se acompanha um aumento na mesma proporção em hospitalizações e internações em UTI", explicou a especialista.

No total, 27.227 pessoas morreram e 1.272.422 casos foram confirmados pela pandemia de Covid-19 no Ceará, de acordo com atualização do IntegraSUS, plataforma da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), às 7h25min desta terça-feira, 5. O Estado vive um aumento de casos da doença, após meses de estabilidade da crise na saúde, O número de diagnósticos positivos da doença no Estado saltou de pouco mais de 2 mil, em maio, para 20,7 mil em junho.

Atualizada às 21h05min